Imagine descobrir que está grávida e que seus bebês podem nascer com dias ou até semanas de diferença.
Isso foi o que aconteceu com a americana Kelsey Hatcher.
Natural do Alabama (EUA), Hatcher tem dois úteros e dois colos do útero, uma condição rara chamada de útero didelfo.
No fim de junho, ela soube que estava grávida de gêmeos e, para sua surpresa, cada bebê estava sendo gerado em um útero diferente.
A americana relata a experiência da gestação em publicações regulares em sua rede social.
“Um grande milagre por si só. Estatisticamente, isso representa uma probabilidade de 1 em 50 milhões”, afirma Kelsey em uma das postagens.
Ela descobriu a anomalia quando tinha 17 anos e os médicos sempre afirmaram que seria muito difícil conseguir engravidar.
Desde então, ela já se tornou mãe três vezes, mas essa é a primeira vez que está grávida de gêmeos.
Em outro post, Hatcher conta que se reúne quinzenalmente com os médicos para acompanhar a evolução da gestação. O parto, sendo normal ou cesárea, é considerado de alto risco.
“Meus médicos me disseram que esse é um território desconhecido para todos eles. Isto é, nenhum médico na equipe já realizou um parto de gêmeos de uma mãe com um bebê em cada útero”, relata a americana em outro post.
Uma vez que os bebês estão sendo gerados em úteros totalmente separados, as gestações são consideradas independentes. Isso pode fazer com que as datas de parto sejam diferentes, a depender de quando cada óvulo foi fertilizado.
De acordo com os exames mais recentes, os bebês estão saudáveis e com um bom desenvolvimento.
A expectativa é que Kelsey dê à luz até o Natal.
O que é útero duplo ou didelfo
O útero didelfo é uma anomalia caracterizada pela separação total dos dois ductos mullerianos, estruturas presentes no útero – o que ocasiona a formação de dois úteros e dois colos de útero.
De acordo com a Federação Brasileira das Associações de Ginecologia e Obstetrícia (Febrasgo), as malformações uterinas são anormalidades causadas ao longo do processo embrionário de formação do útero.
Apesar da dificuldade de quantificar a incidência desses tipos de problema, já que muitas vezes são assintomáticos, estudos mostram a presença de anomalias em 3% a 5% da população geral. (G1)
michelteixeira.com.br