Trabalhadores vão atuar nos bairros Humaitá, Sarandi e na Região das Ilhas; número de garis trabalhando em Porto Alegre será superior a mil.
Os 256 novos garis contratados para trabalhar na limpeza dos bairros afetados pela enchente, em Porto Alegre, começam a auxiliar na operação nesta quarta-feira (12), a partir das 8h. Eles trabalharão, de forma prioritária, nos bairros Humaitá e Sarandi, na Zona Norte da Capital, além da região das Ilhas.
Os garis se somam aos 800 operários da Capital atuando na limpeza de toda a cidade. Porém, neste caso, como foram contratados em caráter emergencial, os profissionais auxiliarão na limpeza de ruas e avenidas pelos próximos 90 dias. O custo estimado pela prefeitura é de R$ 5,2 milhões.
De acordo com o diretor do Departamento Municipal de Limpeza Urbana (DMLU), Carlos Alberto Hundertmarker, serão formadas oito equipes com os operários para trabalhar nos três bairros, considerados prioritários após o recuo da água nestas localidades.
— Nossas equipes estão trabalhando em três turnos, até às 23h, para agilizar essa reconstrução da cidade. Vamos ampliar nossas operações e focar no grande volume nestas regiões, especialmente a Zona Norte — afirmou.
Conforme o DMLU, as demais equipes operam de forma simultânea em 26 locais afetados pela enchente na Capital. Entre eles, Centro Histórico, Zona Sul, além da própria Zona Norte.
Em pontos da Cidade Baixa e Menino Deus, segundo o diretor-geral, a limpeza está em fase final, o que viabiliza o encerramento das atividades em um dos seis terrenos que serve como bota-espera de resíduos recolhidos. O local, segundo o DMLU, fica no Centro Histórico.
— No Centro Histórico, em frente ao Gasômetro, estamos fazendo o encerramento de um bota-espera. Já estamos no processo de limpeza do espaço. Na Zona Norte, ainda vamos avaliar os espaços, pois ainda não temos pontos — disse o diretor-geral do DMLU.
Porém, segundo o diretor-geral do departamento, outros dois pontos para servir de bota-espera serão abertos na Zona Norte nos próximos dias. Até o momento, 51,4 mil toneladas foram retiradas das ruas da cidade.
Aterro em Gravataí recebe resíduos descartados na Capital
A Unidade São Judas Tadeu, aterro de Gravataí, na Região Metropolitana, virou o destino de toneladas recolhidas nas ruas de Porto Alegre. O local possui apenas uma licença municipal, mas recebeu autorização da Fundação Estadual de Proteção Ambiental (Fepam) para receber o descarte das enchentes. O aterro de inertes em Gravataí tem capacidade de receber de 77 a 180 mil toneladas de lixo.
Em entrevista ao programa Gaúcha Mais, da Rádio Gaúcha, o sócio-diretor do Grupo Centauro, Diego Soares Núñez, contou que, além de materiais recolhidos de Porto Alegre, resíduos descartados em Canoas e também no município de Gravataí são direcionados ao espaço.
— A maior parte do que é destinado são resíduos inertes, que não decompõem, entre restos de construções, madeiras e eletrodomésticos, por exemplo. Poucas coisas são orgânicas. Eles são encaminhados para um sítio de triagem, no qual temos 30 pessoas trabalhando — disse.
No espaço, resíduos de madeira e árvores são processados para aproveitamento futuro. O local também possui condições de aproveitar materiais recicláveis, como vidros e as sobras de colchões.
— Tem coisas que podem ir para indústria e para compostagem, por exemplo. Os sofás possuem componentes distintos e estamos fazendo um processo diferente destes descartes. Com relação ao ferro e aço, inclusive, faremos uma parceria com uma grande empresa.
Segundo Núñez, ainda não é possível estimar a porcentagem de materiais descartados durante a enchente que podem ser aproveitados. Uma empresa de engenharia será contratada para fazer o estudo do que poderá ser utilizado futuramente.
gauchazh.clicrbs.com.br