Por que a enchente está longe do fim
O que a MetSul Meteorologia enxerga nos mapas dos modelos é desolador para quem, como parte da nossa equipe de meteorologistas e centenas de milhares de pessoas, as casas estão sob as águas na enchente.
A cheia do Guaíba está longe do fim.
Embora o Guaíba tenha recuado ontem após quatro dias de estabilidade entre 5,25 m e 5,35 m, chuva e vento vão prolongar a enchente com novos momentos de elevação do nível.
Nesta quinta-feira, por exemplo, o vento Sul vai gerar represamento, causando alta ou reduzindo a baixa.
A chuva que se prevê nos afluentes entre sexta-feira e segunda será excessiva, com volumes equivalentes a um ou dois meses de precipitação em apenas quatro dias, com muita água chegando ao Guaíba semana que vem.
Não bastasse, a chuva por vezes será forte na capital e, na chegada do ar polar semana que vem, de terça para a quarta, haverá vento Sul forte com nova alta do Guaíba.
Pior para o Sul do Estado ainda está por vir
A MetSul Meteorologia reforça o alerta para cidades às margens da Lagoa dos Patos, no Sul do Estado, que a enchente será de grandes e graves proporções.
São zonas de alto risco, e que já estão com inundações, as cidades de Pelotas, São Lourenço do Sul e Rio Grande, dentre outras.
Com base na história, é possível dizer que o pior ainda está por vir.
Em 1941, o pico da cheia em Pelotas ocorreu entre 15 e 17 de maio, uma semana após o máximo da cheia do Guaíba ter ocorrido, em 8 de maio.
Inundações severas a extremas atingirão cidades do Sul gaúcho nos próximos dias.
Correio do Povo