Tempestade com ventos fortes causou destruição em Santa Vitória do Palmar, deixando quase mil pessoas sem luz e mobilizando equipes da Defesa Civil e da CEEE.
Uma forte tempestade atingiu Santa Vitória do Palmar, no extremo sul do Rio Grande do Sul, na manhã desta quarta-feira (3).
Por volta das 10h30, rajadas intensas de vento provocaram quedas de árvores e postes de energia, especialmente nas localidades de Marmeleiro e Salso.
De acordo com a Defesa Civil municipal, cerca de 950 moradores ficaram sem energia elétrica.
As imagens que circularam logo após o evento mostraram o impacto sobre a BR-471, onde troncos tombados exigiram intervenção das equipes locais.
Segundo o coordenador adjunto da Defesa Civil, Bruno Mena, os danos foram expressivos: mais de 20 postes foram derrubados, e uma árvore chegou a cair sobre uma residência em uma área rural, felizmente sem feridos. “A faixa da estrada foi destruída. Estimamos ventos acima de 90 km/h, mas ainda é cedo para confirmar”, explicou Mena.
Falta de energia e mobilização das equipes
A CEEE Equatorial confirmou que a queda de sete torres de transmissão foi a principal causa da interrupção do fornecimento.
Em nota, a empresa declarou que as equipes estão mobilizadas para reconstruir a estrutura e restabelecer a distribuição o mais rápido possível.
“A queda de sete torres afeta o abastecimento de energia para 950 clientes nas localidades atingidas. Nossas equipes seguem trabalhando para resolver a situação”, afirmou a concessionária.
Além do prejuízo energético, os ventos também causaram transtornos em propriedades rurais, com galpões e estufas parcialmente danificados. Contudo, não houve registro de feridos, o que foi ressaltado pela coordenação regional da Defesa Civil.
Segundo o coronel Márcio André Faccin, que coordena a Defesa Civil no sul do Estado, os estragos aconteceram cerca de 16 km do centro urbano, e as avaliações continuam em andamento. “Felizmente, os danos foram mínimos do ponto de vista humano e patrimonial. O impacto maior foi mesmo na infraestrutura elétrica”.
Possibilidade de microexplosão atmosférica ou tornado
Ainda segundo Faccin, a origem do fenômeno pode estar relacionada a uma microexplosão atmosférica — caracterizada por uma corrente de vento extremamente intensa — ou mesmo a um tornado de menor escala.
O Centro de Pesquisas e Previsões Meteorológicas da Universidade Federal de Pelotas (UFPEL) foi acionado e deve emitir um parecer técnico até esta quinta-feira (4), apontando com mais precisão o tipo de evento que atingiu a região.
Esse tipo de ocorrência não é comum com tanta intensidade na região sul, mas tem se tornado mais frequente com o avanço das instabilidades climáticas e mudanças nos padrões atmosféricos, especialmente durante a primavera.
Com os levantamentos em curso e os reparos conduzidos, a expectativa é de que o fornecimento de energia seja normalizado nas próximas 48 horas, caso as condições climáticas colaborem.
Alerta de tempo severo continua nas próximas horas
O processo de formação da primeira frente fria de setembro e da primavera climatológica vai continuar nas próximas horas.
Há elevado potencial de transtornos nas regiões do Oeste, Campanha, Sul e Central.
Na região de Porto Alegre, há alerta de tempestades pontuais que, mesmo assim, podem provocar transtornos através de intensas rajadas de vento.
Os risco de tempo severo continua na quinta-feira (4), desde a madrugada até o fim do dia na metade norte do Rio Grande do Sul.
Na região Central, Norte, Serra e região de Porto Alegre há potencial para alagamentos e inundações.
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