Poluição causou piora dos casos de inflamação e problemas cardiovasculares, segundo Paulo Ricardo Bobek.
Todas as emergências de hospitais do Sistema Único de Saúde (SUS) e unidades de pronto atendimento da Capital operam acima da capacidade.
Todas as emergências de hospitais do Sistema Único de Saúde (SUS) e unidades de pronto atendimento de Porto Alegre estão operando com superlotação nesta quinta-feira (12).
De acordo com o coordenador de Urgências da Secretaria Municipal da Saúde (SMS), Paulo Ricardo Bobek, a presença da fumaça que vem das queimadas no Norte agravou o cenário que já era crítico.
O período de inverno tende a aumentar os atendimentos por questões respiratórias. No entanto, a exposição à poluição causou piora dos casos de inflamação e problemas cardiovasculares.
— Diante da poluição temos a piora dos quadros de respiração, crises de asma, bronquite, risco de infartos e, consequentemente, aumento na procura por atendimentos nas emergências. Podemos dizer que sim, além dos problemas ainda relacionados à enchente, há um acréscimo devido a situação do clima. Dados literários já apontam que à exposição causa aumento da procura — explicou.
Conforme o coordenador, problemas em hospitais da Região Metropolitana e crises no setor de saúde também contribuem para a procura pela Capital. Essa situação, lembra Bobek, tem efeito para dias ou semanas.
Para reduzir a superlotação durante o período, Porto Alegre reforçou o serviço com a operação inverno, com atendimentos, inclusive, aos finais de semana.
Pessoas com problemas cardíacos, respiratórios e imunológicos, além de gestantes, idosos e crianças são os mais vulneráveis e precisam de cuidados recobrados. Diante dessa situação, a Secretaria da Saúde de Porto Alegre (SMS) divulgou recomendações para proteger a população dos efeitos nocivos da fumaça. As orientações seguem diretrizes do Ministério da Saúde e visam minimizar os riscos à saúde.
Conforme os dados do painel de monitoramento da Secretaria Municipal de Saúde (SMS), os seis hospitais do Sistema Único de Saúde (SUS) e as quatro Unidades de Pronto Atendimento (UPAs) da Capital estão superlotadas. A situação é crítica nos setores adultos e pediátricos.
O pior cenário é encontrado no Hospital São Lucas da Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul (PUCRS). O setor está com lotação de 380%. No pronto atendimento da Bom Jesus, 37 pessoas estão observação para 7 leitos — superlotação de 528%.
Segundo dados divulgados pela Organização Mundial da Saúde (OMS) em 2018, a poluição do ar em ambientes externos provoca a morte de mais de 50 mil pessoas por ano no Brasil.
Recomendações para toda a população
- Se tiver sintomas respiratórios, busque atendimento médico o mais rápido possível
- Beber mais água e líquidos para manter o aparelho respiratório mais protegido
- Se possível, ficar menos tempo em ambiente aberto, durante o dia ou à noite
- Manter portas e janelas fechadas, para diminuir a entrada da poluição externa no ambiente
- Evitar atividades em ambiente aberto enquanto durar o período crítico de contaminação do ar
Recomendações a pessoas com problemas cardíacos, respiratórios e imunológicos
- Manter ao alcance os medicamentos indicados pelo médico, para uso em crises agudas
- Buscar imediatamente atendimento médico se apresentar sinais ou sintomas de piora das condições de saúde após exposição à fumaça
- Consultar o médico sobre a necessidade de mudar o seu tratamento
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