O monitor Luís Carlos dos Santos foi o responsável por desarmar o adolescente e impedir que ele continuasse o ataque na Escola Municipal Maria Nascimento Giacomazzi, em Estação, norte gaúcho, na manhã desta terça-feira (8).
Uma criança morreu e outras três pessoas ficaram feridas.
Ele conta que arrumava brinquedos das crianças após o recreio, quando o adolescente de 16 anos pediu para ir ao banheiro.
— E eu fui acompanhar atrás. Ele estava com a mochila nas costas e tirou uma faca e começou a querer agredir as crianças — disse.
Neste momento, o monitor conta que gritou para que as crianças fugissem.
O adolescente ingressou em uma das salas do terceiro ano, onde agrediu um dos meninos no fundo do local.
Na sequência, o suspeito começou a atirar bombinhas no chão, momento em que o monitor pediu socorro aos vizinhos e alertou outros alunos e funcionários da escola para saírem da instituição de ensino.
Ele também foi até o depósito, pegou uma pá, atingiu o agressor nas costas e conseguiu conte-lo até a chegada da Brigada Militar.
— Ataquei com ele com a pá. Eu tenho que me doar por essas crianças. Eu tenho que morrer no lugar dessas crianças. Porque a gente tem uma instrução nessas crianças. Mas foi tão rápido umas coisas assim que ele ficou.
Santos relata que a ação pode ter evitado uma tragédia ainda maior:
— (A tragédia ia ser) muito maior. Muitas pessoas, muitas crianças iam perder as vidas. Iam muito porque o homem estava possuído, o menino. Estava possuído.
No momento, o monitor disse que agiu pelo instinto para tentar conter o agressor.
— É isso que eu tive, o instinto de heroísmo. Porque a gente tinha uma preparação para isso. Mas a gente não gostaria que não acontecesse nada. Foi uma fatalidade, uma coisa sem fundamento nenhum — disse.
Agressor foi apreendido
O adolescente prestou depoimento à Polícia Civil e ao Ministério Público entre o fim da manhã e início da tarde desta terça e, depois, foi apreendido.
— A princípio ele agiu sozinho. Sabemos que ele entrou e foi em apenas uma sala, do terceiro ano. Faremos toda a investigação a partir de agora e maiores informações estão em sigilo — afirmou o delegado Jorge Fracaro Pierezan.
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