Relato do policial militar Ícaro Ben-Hur dos Santos foi um dos momentos marcantes na tarde desta quinta-feira, 4, e abordou o momento da confissão feita por Yasmin.
Um dos momentos mais impactantes do primeiro dia do julgamento do caso Miguel foi o depoimento prestado pelo policial militar Ícaro Ben-Hur dos Santos.
Ele foi um dos primeiros policiais que atenderam a ocorrência.
O relato de Ben-Hur aborda os primeiros instantes de quando a mãe de Miguel dos Santos Rodrigues, foi à delegacia registrar ocorrência de desaparecimento do menino.
Durante o atendimento da ocorrência, o policial militar foi até a residência da família, onde a mãe do menino teria investido contra os agentes de segurança e, depois de algemada, teria confessado a morte do menino.
O relato forte traz detalhes do crime. Durante o relato do policial, Yasmin esboçou estar emocionada e chorou no tribunal.
“A Yasmin foi o tempo todo muito educada comigo, respondendo todas as minhas perguntas. Querendo ajudar, deixamos a ocorrência do flagrante de tráfico, que estava em andamento, e fomos até a casa. A ideia é era ajudar. Quando chegamos na rua da pousada, a Yasmin ‘ficou fora’ de si. Ela estava muito agressiva, nem parecia mais a mesma. Naquele momento, eu tive certeza que o Miguel estava ali e queria salvar ele”, recordou.
Ben-Hur também falou sobre o estado em que a residência da família se encontrava quando a guarnição chegou ao local. “Quando adentramos na pousada, saiu muita gente e, após explicar o que estava acontecendo, eles relataram que ouviam gritos frequentes no apartamento delas. Consegui algemar ela e, depois, relatou que teria matado o Miguel. Que ela batia nele, que deixava ele dormindo no roupeiro, deixava sem comer por muitos dias. Dentro de um poço de luz tinha uma coberta, e que ali era onde ele dormia. O tempo todo, a Yasmin só demonstrava uma preocupação: com a Bruna”, completou.
O ponto alto do depoimento foi quando o policial deu detalhes da confissão de Yasmin, principalmente com relação à morte de Miguel e de como o corpo do menino foi colocado dentro de uma mala e jogado no rio. “Eu perguntei como é que foi a morte dele e ela relatou que no dia anterior teria administrado remédios psiquiátricos junto com caldo de feijão para ele. Ela disse que voltou algumas horas depois e que ele já estava gelado, que a mandíbula já estava cerrada e que ele não tinha mais respiração. Eu perguntei o que ela fez com ele. Ela disse que colocou ele dentro de uma mala e caminhou até o rio Tramandaí. Ali, ela abriu a mala e deixou cair no rio. Ela disse que quando largou ele no rio, uma onda passou por cima e levou ele. Ela contou que ele estava magro, pele e osso, e que quebrou as pernas e braços para colocar dentro da mala, em posição fetal. E em todo esse momento, ela falando com uma tranquilidade absurda. Em 12 anos de profissão, esses 15 minutos com ela foi uma tortura para mim”.
Correio do Povo