Governador do Rio Grande do Sul definiu a situação como um “cabo de guerra jurídico-político”.
O governador do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite (PSDB), disse que recebeu “com desânimo” a notícia sobre a prisão domiciliar de Jair Bolsonaro, nesta segunda-feira (4).
Em publicação nas redes sociais, Leite destacou que não gosta da “ideia de um ex-presidente não poder se manifestar” e “menos ainda de vê-lo ser preso por isso antes ainda de ser julgado pelo órgão colegiado da Suprema Corte” (leia a íntegra abaixo).
“Não discuto a legalidade ou a razão jurídica. Percebam que, de cinco presidentes eleitos após a redemocratização, apenas um, Fernando Henrique, não foi preso ou sofreu impeachment”, escreveu.
Eduardo Leite definiu a situação como um “cabo de guerra jurídico-político” e reforçou o discurso antipolarização.
“Como nação, é hora de refletir sobre os graves danos da polarização e buscar novos caminhos. Não é mais sobre qual lado tem razão, é sobre manter a serenidade e a esperança no Brasil que sonhamos e queremos ter”, completou.
Prisão domiciliar
O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes decretou nesta segunda a prisão domiciliar do ex-presidente Jair Bolsonaro.
A decisão foi tomada em razão do descumprimento de medidas cautelares que proibiam o réu de utilizar redes sociais, diretamente ou por intermédio de terceiros.
Também nesta segunda, a Polícia Federal (PF) realizou buscas na casa de Bolsonaro e celulares foram apreendidos:
“A Polícia Federal cumpriu, no fim da tarde desta segunda-feira (4/8), em Brasília/DF, mandado de prisão domiciliar e mandado de busca e apreensão de aparelhos celulares, em cumprimento a decisão do Supremo Tribunal Federal no âmbito da PET nº 14129”, informou a PF em nota.
Alexandre de Moraes afirma, na decisão, que Bolsonaro utilizou redes sociais de aliados, incluindo seus três filhos parlamentares, para divulgar mensagens com “claro conteúdo de incentivo e instigação a ataques ao Supremo Tribunal Federal e apoio ostensivo à intervenção estrangeira no Poder Judiciário brasileiro”.
Nota de Eduardo Leite
“Como brasileiro, recebo com desânimo este episódio envolvendo a prisão domiciliar do ex-presidente Jair Bolsonaro. Não gosto da ideia de um ex-presidente não poder se manifestar, e gosto menos ainda de vê-lo ser preso por isso, antes ainda de ser julgado pelo órgão colegiado da Suprema Corte. Não discuto a legalidade ou a razão jurídica. Percebam que, de cinco presidentes eleitos após a redemocratização, apenas um, Fernando Henrique, não foi preso ou sofreu impeachment. Nosso país não merece seguir refém desse cabo de guerra jurídico-político que só atrasa a vida de todos há anos. Até quando vamos ficar dobrando a aposta pra ver o que acontece? Até quando nossa energia será consumida na busca de exterminar adversários mais do que em erradicar os graves problemas do país? Como nação, é hora de refletir sobre os graves danos da polarização e buscar novos caminhos. Não é mais sobre qual lado tem razão, é sobre manter a serenidade e a esperança no Brasil que sonhamos e queremos ter.”
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