Segundo a Polícia Civil, ninguém entrou no veículo e depois de cinco minutos corrida foi cancelada. Corpo da criança foi achado enterrado dois dias após desaparecimento em Indaial.
A mãe e o padrasto presos pela morte da menina de 3 anos que foi encontrada enterrada em Indaial, no Vale do Itajaí, Santa Catarina, “criaram um cenário” para despistar a polícia através de um sequestro forjado, que incluiu a solicitação de um carro de aplicativo.
A informação foi divulgada pelo delegado Filipe Martins em coletiva de imprensa nesta quinta-feira (7).
Segundo o investigador, os suspeitos chamaram o veículo na tarde de segunda-feira (4), quando ocorreu o crime, para que aparecesse na rua e fosse visto pelos vizinhos. Isso, para que a dupla sustentasse a tese do sequestro.
“Criaram uma cena de um veículo cinza, que estaria no local. Ainda na tarde, a Polícia Civil conseguiu localizar esse veículo. Ninguém entrou nele. O veículo fica de cinco a seis minutos no local, e cancela a corrida”, informou Martins.
A vítima era considerada desaparecida desde quarta-feira, quando o casal foi até a delegacia relatar que ela havia sido sequestrada. Antes disso, no entanto, familiares já publicavam sobre o desaparecimento nas redes sociais e concediam entrevistas à imprensa, solicitando ajuda para as buscas.
“Inicialmente, foi mantida a mesma narrativa contada à imprensa. Quando a gente passa horas interrogando, a gente consegue desconstrui-la. Quando a gente mostra que a polícia tem todos os elementos que comprovam que essas informações não são verdadeiras, eles confessam”, comentou o delegado.
Conforme o investigador, o corpo de Isabelle de Freitas foi enterrado em uma área de mata fechada, às margens das BR-470, em uma cova cavada pelo próprio padrasto. O casal teve a prisão temporária decretada na noite de quarta-feira.
De acordo com Martins, os elementos analisados pela investigação até o momento levam a crer que os dois agrediram a criança até a morte. O padrasto confessou ter iniciado o ataque “porque queria corrigir a criança”.
“Ele narra que os dois agrediram a criança e, em determinado momento, ela [a menina] ficou sozinha com a genitora no quarto. Depois, ele volta para o quarto e [eles] a veem morta. Eles entram em desespero e tomam a decisão, em comum acordo, de se livrar do corpo”, relatou.
O g1 não localizou a defesa do casal. Eles são investigados pelos crimes de homicídio e ocultação de cadáver.
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Isabelle de Freitas, de 3 anos, desapareceu em Indaial — Foto: Reprodução/Redes sociais
Entenda o ponto a ponto do crime, segundo a investigação:
- Os pais procuraram a polícia e informaram que a criança desapareceu sem deixar vestígios;
- Durante as oitivas de mais de 12 pessoas, entre familiares e vizinhos, a polícia identificou contradições nas versões;
- Após confessar o crime, o padrasto indicou à polícia o local onde estava o corpo da vítima. Na casa da mãe e padrasto foram encontrados vestígios de sangue;
- Peritos verificaram, a partir da aplicação do reagente luminol, presença de sangue em diversos cômodos onde houve tentativa de ocultação do fluído. Exames vão verificar se material era da menina;
- A menina foi agredida e, após perceberem que ela estava sem vida, os dois decidiram colocar a vítima em uma mala e enterrar o corpo nas proximidades da BR-470;
- Os motivos das agressões seriam uma forma de “corrigir” a criança;
- Laudos vão apontar como a criança foi morta;
Vídeo
O vídeo, divulgado pela Polícia Civil, mostra o casal andando em uma rua da cidade por volta das 16h de segunda.
As imagens foram feitas após a mãe e o padrasto terem matado a criança e levarem o corpo dela dentro da mala até uma área de mata.
Na volta, deixaram o objeto na calçada.
Vídeo: UOL
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