O dia do pão é comemorado mundialmente no dia 16 de outubro.
Pão de sal, pão italiano, pão de forma, pão de batata, pão sírio, pão australiano, seja qual for o tipo, o pão é um alimento milenar e indispensável na mesa do brasileiro.
Importante para alimentação, para economia e gastronomia, o pão tem data especial no calendário: 16 de outubro.
Mas afinal, de onde vem o pão?
Em entrevista à Itatiaia, a Professora de gastronomia do Senac MG, Giovana Gomes da Silva Beliene Vila explica que a origem do pão é incerta, mas que o pão de sal, em específico, tem uma teoria mais aceita.
“Acredita-se que o pão de sal foi inspirado no pão francês. No final do século XIX, início do século XX, foi quando a culinária brasileira começou a sofrer influência da culinária europeia, principalmente a francesa. A gente acredita que foi quando a elite brasileira começou a viajar para França e trouxe receitas de lá”, explica a professora.
Ao chegarem no Brasil, por influência do clima e qualidade dos ingredientes, a receita sofreu adaptações, além de que com o tempo foi se adaptando ao paladar brasileiro.
“Então você tem uma baguete francesa, por exemplo, ela tem uma crosta bem alta e bem crocante, já o pão ‘francês’ (ou pão de sal) tem uma crosta mais fininha. Também sofreu influência no formato, podemos ver que o nosso pão é mais arredondado do que a baguete francesa. […] também tem adição de açúcar na massa do pão feito no Brasil”, destaca Vila.
Popularização
Ainda segundo a professora de gastronomia, a popularização do pão de sal no Brasil veio em meados dos anos 40 e apesar de ser conhecido como “pão francês”, ele é brasileiro.
“Acho que por volta dos anos 40 que o pão de sal se tornou comum na mesa do brasileiro e passou a ser um item essencial no café da manhã toda mesa de família. Eu entendo o pão de sal como uma criação brasileira, embora seja incerta a origem dele, eu entendo que ele é uma criação brasileira porque tem as receitas da culinária europeia, mas o nosso pão diário é adaptado para o paladar brasileiro”, conta a professora.
Pão é cultura
Assim como a professora de gastronomia, o professor de História da alimentação e das práticas alimentares da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), José Newton Coelho Meneses, também afirma que a origem do pão é incerta devido à antiguidade do alimento, e conta como ele está presente não só nos pratos atualmente, como também na história.
À Itatiaia, Meneses conta que o pão é simbólico para religiões como o cristianismo, para os muçulmanos e budistas. “No cristianismo tem um versículo da bíblia em que Jesus declara ‘eu sou o pão, a verdade e a vida’. Ou seja, representa mais que um alimento para os religiosos, por exemplo”.
Além disso, o professor explica que o pão, mais que sinônimo de alimento, é sinônimo de justiça. “Traz a ideia de quantidade, equidade”, afirma.
Segundo a Associação Brasileira da Indústria de Panificação e Confeitaria (ABIP), para os judeus, o pão foi a base da própria legislação religiosa e social. Já com os romanos, o pão foi usado como política de dominação, essencial para a construção do Império Romano, a política do pão e circo. E os gregos tinham, inclusive, deuses para o pão e para cereais.
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