Ataque teria ocorrido em uma região conhecida como Lagoa do Armazém, na RS-030.
Menino teve ferimentos graves na perna direita e segue em recuperação.
Secretaria de Meio Ambiente do município investiga o caso.
Uma criança de 10 anos levou 40 pontos na perna direita após ser mordida pelo o que seria um jacaré, segundo familiares.
O menino teve ferimentos graves e segue em recuperação.
O caso ocorreu em uma região conhecida como Lagoa do Armazém, em Tramandaí, no Litoral Norte.
O relato é de que ele nadava na lagoa quando teria sentido a mordida e conseguido fugir. Ninguém, contudo, visualizou o animal.
A prefeitura local investiga o caso.
Conforme a família do garoto, o caso aconteceu no último sábado (21) em um camping na RS-030, em frente a um trapiche.
O primeiro atendimento foi realizado no local. Em seguida, a criança foi encaminhada para o pronto atendimento de Tramandaí.
O menino teve ferimentos graves na perna e precisou levar mais de 40 pontos.
Ele está em recuperação e tomando medicamentos.
Depois do atendimento, a família procurou por especialistas no Centro de Estudos Costeiros, Limnológicos e Marinhos (Ceclimar/UFRGS).
— Disseram que se tratava de uma mordida de jacaré adulto — ressalta Beatriz Machado, madrinha do menino.
A reportagem de Zero Hora buscou contato com o Ceclimar, mas não obteve retorno. Já a professora Laura Verrastro, do Departamento de Zoologia do Instituto de Biociências da UFRGS e especialista em répteis, analisou imagens do ferimento e afirma que a mordida “seguramente é de um jacaré”.
— Na época reprodutiva, primavera e verão, as fêmeas podem ser agressivas se (algum intruso) chegar perto dos ninhos ou filhotes — reforça Laura.
A família chegou a questionar os responsáveis pelo local, que alegaram não saber da existência de jacarés por lá.
— Como o pessoal que estava com ele, na volta da lagoa, fez um torniquete, eu não havia visto a gravidade do ferimento. Chegando lá, ao ver o ferimento, começaram várias hipóteses, e o pessoal acabou relatando do jacaré — contou à RBS TV o pai do menino, Maicon Fernando.
Uma investigação foi aberta para entender o que ocorreu, avaliar a região e identificar o local exato do fato.
O trabalho está a cargo da Secretaria Municipal de Meio Ambiente, Vigilância em Saúde do município e 18ª Coordenadoria Regional de Saúde (18ªCRE).
— Se for um jacaré, é o primeiro relato no município. Pelo relato, a gente acha que pode não ser. O pessoal coloca rede de pesca de camarão por lá, por exemplo. Ele pode ter caído e (a rede) pego na perna dele. É uma criança, pode não saber o que é uma rede. Estou há quatro anos em Tramandaí e nunca vi um relato de mordida de jacaré ali — afirma o secretário de saúde de Tramandaí, Roger Esteves.
Além disso, o secretário diz que o camping entrou em contato com o município e solicitou que sejam instaladas placas informando a presença de jacarés na área.
Comando Ambiental diz que local é habitat natural
O Comando Ambiental da Brigada Militar (CABM) publicou uma nota em que afirma que não foi acionada para a ocorrência em específico e que soube do ocorrido somente depois do atendimento médico dado à criança. Confirma, ainda, que a lagoa é um local considerado habitat natural para esse tipo de animal.
Confira a nota na íntegra:
A Brigada Militar, através do Comando Ambiental, órgão policial de proteção ao meio ambiente, acompanha casos relacionados à fauna silvestre, não tendo sido acionada sobre a ocorrência em que supostamente uma criança havia se lesionado em virtude de um ataque de jacaré, tendo tomado conhecimento somente após a família já ter prestado os atendimentos médicos necessários.
Os jacarés são animais silvestres de habitat natural em lagoas e áreas úmidas, razão pela qual escolhem nossas lagoas como local de moradia. A Lagoa do Armazém, onde ocorreu o incidente, é um habitat natural de jacarés no Litoral Norte. No entanto, é o primeiro relato que temos de um suposto ataque da espécie ao ser humano no local, considerando ser o jacaré um animal defensivo, que geralmente tem comportamento agressivo apenas quando provocado ou em local de ninhos e filhotes.
De acordo com os pais da vítima, o animal não foi avistado quando ocorreu o ataque, tampouco se percebeu a presença dele nas margens em diligências posteriores. Outrossim, a PATRAM aproveita a oportunidade para orientar a população sobre a importância de ao avistar um animal silvestre, como o jacaré, acionar os órgãos ambientais competentes, entre eles a PATRAM, que irá realizar o monitoramento das áreas a fim de evitar qualquer incidente e preservar o bem estar da sociedade e do próprio animal.
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