Chuva que chega ao Rio Grande do Sul nesta Terça-feira traz risco de novos transbordamentos de rios

Cais Mauá inundado após fortes chuvas que atingiram o RS em maio deste ano. | Foto: Pedro Piegas

Guaíba deve subir e superar a cota de alerta de 2,5 metros, aproximando-se ou batendo a cota de transbordamento de 3 metros.

O Rio Grande do Sul terá mais um dia de muitas nuvens e chuva na maioria das regiões nesta terça-feira, 18.

A chuva atinge grande parte do Estado no decorrer do dia e pode chover forte em pontos da Metade Sul gaúcha.

O dia faz parte de um longo período de instabilidade que deve persistir até o domingo, antes da melhora na segunda com o ingresso de uma massa de ar frio.

Na segunda metade da semana, a instabilidade será menor e os dias vão alternar sol, nuvens e chuva com elevação da temperatura, em especial no sábado.

 

As chuvas pelo Estado nesta terça-feira

As precipitações serão mais fortes no começo do dia no Norte e no Nordeste do estado. Entre a tarde e a noite, formam-se novas áreas de instabilidade com risco de chuva forte isolada. A despeito da instabilidade, o tempo deve melhorar ao longo do dia em diversas localidades.

Novas áreas de instabilidade se formavam e modelos numéricos indicavam chuva forte a intensa para a segunda à noite e o começo desta terça-feira em pontos do Noroeste, Médio e Alto Uruguai, Alto Jacuí, Planalto Médio, Norte da Serra e Campos de Cima da Serra.

Ou seja, mais chuva em nascentes e nas bacias dos rios Jacuí, Taquari e Caí, que no fim de semana receberam volumes excessivos de precipitação. A chuva do começo do dia de hoje traz especial preocupação para o Taquari, uma vez que os volumes podem ser altos novamente nas nascentes, na região de Cambará do Sul e Ausentes.

 

Risco de mais transbordamentos

Mais chuva significa mais problemas. Os níveis dos rios seguem muito altos e alguns se encontram fora da calha. Ainda na segunda-feira, rios de resposta mais rápida, como o Caí e o Taquari, inundaram áreas nos vales.

No final da tarde, o Taquari em Estrela estava em 23,8 metros e subia com tendência de gradual e menor elevação. A cota, entretanto, estava bem abaixo dos 33 metros da enchente de maio.

Já o Caí estabilizou à tarde em 14,66 metros em São Sebastião do Caí. Em maio, o Caí chegou a passar de 18 metros.

Rios de resposta mais lenta continuarão a subir gradualmente com a vazão vinda a partir das nascentes, casos do Jacuí, Sinos e Gravataí, mas, tal como o Taquari e o Caí, não se aproximarão dos picos de maio.

O mesmo ocorre com o Guaíba, em Porto Alegre, que começou uma trajetória de alta e estava em 2,20 metros às 17h desta segunda-feira, no cais. Subirá mais, superando a cota de alerta de 2,50 metros no Cais Mauá e se aproximando ou batendo a cota de transbordamento de 3,00 metros.

O assoreamento enorme gerado pela enchente de maio é uma variável que torna difícil prever o nível do Guaíba.

A instabilidade não deixa o Estado tão cedo porque a frente semi-estacionária atua no território gaúcho.

O sistema não avança porque está bloqueado pelo ar seco e quente no Centro do Brasil que, nesta segunda-feira, registrou temperaturas de 35ºC no Centro-Oeste e até 33ºC no litoral de São Paulo e no Rio de Janeiro.

 

Correio do Povo

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