Manifestações acontecem em diversos pontos da Capital e também em Guaíba e Viamão.
Sem energia elétrica há cinco dias e com problemas no abastecimento de água, moradores de Porto Alegre e Guaíba decidiram protestar para chamar atenção da concessionária de energia elétrica e das demais autoridades.
Em um condomínio do bairro Santa Teresa, há 2,2 mil pessoas sem luz — são 563 famílias, que decidiram jogar galhos no meio da rua para mostrar sua indignação.
As perdas de alimentos e medicamentos que precisam de refrigeração revoltam os moradores.
A autônoma Débora Pires, 40 anos, relata que não viu equipes da CEEE Equatorial trabalhando na região desde a tempestade de terça — depois da entrevista, a equipe de reportagem mostrou pessoas trabalhando em áreas próximas. Ela conta que moradores perderam muita comida e que o cenário é de “caos”.
— O pessoal está desesperado. Está esse caos, todo mundo sem luz, perdendo tudo que tem dentro da geladeira. Não se vê um carro da CEEE Equatorial trabalhando na volta. A água só voltou ontem (sábado).
Tem uma senhora de 93 anos que precisa de oxigênio. É um descaso — pontua.
Conforme moradores, não há luz na região desde a tempestade de terça-feira (16).
— O principal problema é que as pessoas aqui, em maioria, são idosas, na faixa dos 80 anos. Dependem de medicação refrigerada, de higiene correta, não podem nem tomar banho e não tem a quem recorrer. É uma situação muito crítica. Muita comida foi pro lixo, mas teve gente que teve prejuízo ainda maior, com grades e muros que caíram. Aqui vivem pessoas que compraram casas há muitos anos. Qualquer chuvinha que dá, ficamos sem luz e, consequentemente, sem água. Há uns quatro meses, numa tempestade forte, ficamos oito dias sem luz — relata Carlos Motta, 64 anos, que é síndico do local e mora no condomínio desde 1971.
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