Confira dicas de especialista para esses dias de temperatura alta.
Quem reside no Rio Grande do Sul já vem sofrendo com a onda de calor desde o início de fevereiro. No entanto, esta semana as temperaturas estarão no ápice e podem atingir até 43°C, com a sensação térmica de 50ºC em pontos do território gaúcho.
O calor intenso impacta diretamente na saúde da população, podendo inclusive representar riscos à vida, como alerta especialista.
Conforme o médico cardiologista clínico do Hospital Nossa Senhora da Conceição, Ricardo Santos Holthausen, o calor extremo pode aumentar as arritmias perigosas, paradas cardíacas e episódios de descompensação aguda para quem tem insuficiência cardíaca. No entanto, segundo o médico, o principal risco do calor excessivo é a desidratação.
“A desidratação pode gerar vários sintomas como cansaço, sonolência, tonturas e palpitações. Ela também pode comprometer a função de alguns órgãos do corpo como rins, coração e cérebro”, ressaltou. Segundo o cardiologista é importante tomar pelo menos 1 litro e meio de líquido durante o dia, mesmo que não tenhamos sede. Se for praticar atividade física, preferir o início da manhã ou final de tarde e levar uma garrafa de água para hidratação.
Para quem estava na Capital na manhã desta segunda-feira e saiu para as ruas sem uma garrafa de água, uma das opções foi comprar a bebida também nas sinaleiras da cidade.
O comerciante Anildo Rocha, que trabalha na avenida Júlio de Castilhos, próximo à Praça Parobé, no Centro Histórico, comemorou o clima quente. “Vendi até o meio-dia mais de 30 garrafas, porque com este calor absurdo não há como não se hidratar. Todo mundo pára para comprar”, afirmou.
Conforme o MetSul Meteorologia, em Porto Alegre a temperatura durante esta segunda-feira deve ficar ao redor de 38ºC a 40ºC e na Região Metropolitana deve passar de 40ºC.
Nos municípios do Noroeste, Oeste, Centro, Campanha e Vales deve oscilar entre 40ºC e 43ºC.
A terça-feira pode ser o pior dia deste episódio extremo de calor. Numerosas cidades devem ter uma tarde tórrida com máximas próximas ou acima de 40ºC.
Além da desidratação, outro efeito comum do calor excessivo na pressão arterial é a hipotensão. “A hipotensão gera aquela sensação de corpo mole, sonolência, fraqueza, indisposição e até mesmo dor de cabeça”, disse Holthausen. Mesmo a pressão baixa sendo mais comum, em alguns casos, o calor também pode elevar a pressão arterial.
De acordo com o cardiologista, os grupos mais vulneráveis durante os períodos de calor extremo são os idosos, as crianças, indivíduos que possuem doenças cardíacas, renais ou pulmonares e adultos que usam medicações diuréticas.
Apesar dos dias quentes, a Secretaria Municipal de Saúde Porto Alegre e a Secretaria Estadual da Saúde não registraram internações decorrentes das altas temperaturas. Conforme as pastas, normalmente os pacientes atendidos por sintomas característicos de extremo calor, como a desidratação, são examinados, tratados e liberados.
Correio do Povo