A técnica desenvolvida em Curitiba será realizada pela primeira vez no Estado para evitar a infertilidade após o diagnóstico de certos tipos de câncer.
A esperança de engravidar e se tornar mãe ganhou um novo capítulo na história de uma paciente em tratamento de câncer na Santa Casa de Porto Alegre.
A equipe de oncoginecologia, acompanhada do cirurgião oncológico Reitan Ribeiro, realizou a primeira cirurgia de transposição uterina do Rio Grande do Sul.
O procedimento busca garantir a fertilidade de mulheres que foram diagnosticadas com câncer na região pélvica e precisam realizar radioterapia durante o tratamento.
“Essa é uma técnica brasileira ainda bastante recente, mas que se tornou uma aliada imprescindível para a proteção dos órgãos reprodutivos de mulheres em tratamento de tumores no reto, intestino ou vagina, por exemplo”, explica a ginecologista Rosilene Jara Reis, especialista em cirurgia oncológica e oncologia pélvica, que integrou a equipe do procedimento junto com o cirurgião Reitan Ribeiro, criador da técnica.
Os cirurgiões oncológicos Cássio Bona Alves e Ermani Cadore também participaram do procedimento, que teve a primeira etapa realizada em fevereiro.
Desenvolvida em Curitiba, ainda em fase de pesquisa, a técnica consiste em transferir os órgãos reprodutivos da mulher para a parte de cima do abdômen, uma vez que o tratamento oncológico pode atingir os óvulos femininos e tornar a mulher infértil.
No procedimento, a primeira etapa consiste no deslocamento e fixação cirúrgica do útero e ovários na parte superior do abdômen, permitindo as aplicações radioterápicas na parte inferior.
Com a mudança de posição do útero, a vagina é temporariamente fechada e a região do colo passa a ser ligada ao umbigo, que é aberto para liberar o fluxo menstrual.
Ao final do tratamento radioterápico, os órgãos são realocados nos seus locais, mantendo viva a esperança da maternidade.
Fonte: Correio do Povo
independente.com.br