Situação de guerra no Rio Grande do Sul não é exagero.
O que era uma possibilidade até quarta-feira, tornou-se realidade, nesta quinta-feira. O Rio Grande do Sul enfrenta a maior tragédia de sua história em função das chuvas em níveis recordes dos últimos dias.
Em pelo menos duas de suas manifestações recentes, o governador Eduardo Leite (PSDB) classificou a situação como de guerra. Sem nenhum exagero. As informações, imagens e relatos sobre as situações em mais de duas centenas de municípios do Interior do Estado são inéditas e devastadoras.
O foco total dos esforços, que envolvem o reforço das forças nacionais e de outros estados, é salvar vidas. A prioridade, no entanto, esbarra em obstáculo logístico. O mau tempo não está permitindo que aeronaves da Força Aérea Brasileira (FAB), preparadas para situações extremas, cheguem em alguns locais onde pessoas precisam ser resgatadas.
Pedidos de socorro desesperados como o do prefeito de Bento Gonçalves, Diogo Segabinazzi, se repetiram ao longo do dia. “Nenhum dos aviões da FAB chegou até aqui. Temos pessoas ilhadas, outras soterradas. Não é possível que nada possa ser feito”, disse, durante entrevista ao programa Esfera Pública, quando confirmou, no início da tarde de quinta-feira, o rompimento parcial da barragem 14 de julho.
“Se formaram ondas de cerca de dois metros de altura após o rompimento”, disse o prefeito. A realidade extrema que se impõe agora, infelizmente, deve se agravar nos próximos dias.
Correio do Povo