No último domingo (17), o PTG Bocal de Prata brilhou mais uma vez ao conquistar o quarto lugar na categoria Danças Tradicionais, Força A, do Encontro de Artes e Tradição Gaúcha (Enart).
O feito, já impressionante por si só, ganha ainda mais relevância diante das adversidades enfrentadas pelo grupo nos últimos meses.
Desde que foi notificado pelo Ministério Público para limitar os horários de ensaios em sua sede, localizada no Parque de Eventos Jorge Dariva, em Osório, o grupo precisou se reinventar.
A medida foi tomada após denúncias de uma moradora vizinha, que alegava incômodo com o barulho das atividades à noite.
Com isso, os ensaios ficaram restritos até às 22h, afetando especialmente a invernada adulta, composta majoritariamente por integrantes que trabalham durante o dia.
Em entrevista à Jovem Pan, Carla Patrícia Ribeiro Nascimento, patroa do PTG, destacou o esforço e a dedicação dos dançarinos. “A maioria trabalha durante o dia, e o horário de ensaios é justamente à noite. Mesmo com as restrições, mostramos que é possível superar desafios. Esse quarto lugar é resultado de muito trabalho e união”, afirmou.
Para garantir a preparação adequada para o Enart, a direção do PTG precisou buscar alternativas. Ensaios foram realizados em CTGs de municípios vizinhos e até mesmo em Osório, exigindo maior deslocamento e organização logística.
Apesar das dificuldades, a resiliência do grupo prevaleceu, e o Bocal de Prata conseguiu, pelo terceiro ano consecutivo, ficar entre os cinco melhores do estado na competição.
Enquanto o processo segue tramitando na Justiça, a determinação e o amor pela tradição seguem sendo a força do grupo.
O quarto lugar no Enart não é apenas uma vitória no palco, mas também uma demonstração de que a cultura e a persistência podem superar obstáculos.
Carla reforçou o agradecimento à comunidade e aos apoiadores que se mobilizam para ajudar o grupo, na obtenção de recursos para indumentária, transporte, alimentação e hospedagem.
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