Evento batizado de “Surfing Santas” começou despretensiosamente, em 2009, e hoje ajuda a levantar fundos para duas iniciativas.
Cocoa Beach, com suas areias, dunas e palmeiras, pouco se parece com o Polo Norte. Mas no domingo (24), véspera de Natal, milhares de Papais Noéis estiveram nesta praia no leste da Flórida, nos Estados Unidos, para se divertir, comemorar e colaborar com uma boa causa.
Desde cedo a praia encheu-se de homens, mulheres e crianças vestidos de Papai Noel, duendes ou renas numa nova edição do “Surfing Santas”, festa celebrada todos os anos nesta localidade.
O dia nublado com temperatura de 20ºC é considerado quase frio na Flórida, mas alguns participantes surfam ondas pequenas em trajes de Papai Noel. Alguns saem da água tremendo, como se fosse realmente o Polo Norte.
Outros assistem da praia, aproveitam seus drinks ou desfrutam de concursos de fantasias e apresentações de dança havaiana no palco.
Sob uma tenda, dezenas de voluntários vendem camisetas e rifas para arrecadar fundos. O objetivo do evento, além de divertir, é apoiar duas associações locais: a Grind for Life, que ajuda financeiramente pacientes com câncer que precisam viajar para longe para receber tratamento, e o Florida Surf Museum, espaço dedicado ao esporte.
A história do evento
O Surfing Santas nasceu em 2009 de uma visão maluca de George Trosset. Naquele ano, esse morador de Cocoa Beach viu na televisão um anúncio de carro onde várias pessoas fantasiadas de Papai Noel tiravam pranchas de surf do porta-malas e pulavam no mar.
Inspirado por essa imagem, ele foi com a esposa a um brechó, comprou um velho casaco vermelho, adaptou-o para parecer o Papai Noel e foi surfar. Ao lado dele estavam seu filho, vestido de elfo, e seu neto de três anos, que os observava da costa.
Um fotógrafo local capturou aquele momento e publicou a imagem na imprensa.
— No segundo ano foram 19 Papais Noéis. O terceiro, 80. E agora, olha só, tem milhares de pessoas aqui — diz Trosset, 70 anos.
— É emocionante ver no que essa coisinha absurda se tornou — completa.
Teresa Dell’Oglio-Garrett, italiana que vive a cerca de 15 km de Cocoa Beach, participa pela segunda vez na festa para desfrutar “da camaradagem e da felicidade”. A primeira, em 2017, tinha pouca gente, nada como a multidão da manhã de domingo, lembra.
Trosset ainda não consegue entender como uma brincadeira com o filho e o neto se transformou nessa comemoração. Quando centenas de pessoas começaram a participar da festa, ele pensou que talvez pudesse aproveitar o impulso para fazer algo de bom, e foi assim que nasceu a parte beneficente do evento:
— Fico muito grato porque muita gente gosta do que fazemos. Os Papais Noéis Surfistas fazem as pessoas sorrirem. Disseram-me que recebemos milhões de impressões na mídia todos os anos. E se isso for verdade, então criamos milhões de sorrisos todos os anos. E isso deixa meu coração feliz.
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