Nível do Guaíba estava em 2,69m na tarde de sexta-feira e o vento Sul causa fortes ondas no local.
O Calçadão de Ipanema, na Zona Sul de Porto Alegre, enfrenta um cenário de destruição desde a grande enchente de dois meses atrás. Nesta sexta-feira, 12, o vento Sul voltou a causar ondas fortes no Guaíba, intensificando os danos e fazendo com que o calçadão pareça mais com uma praia devastada.
Desde a enchente, os estragos no calçadão ainda não puderam ser consertados, pois o nível do Guaíba não recuou o suficiente. Há duas semanas, o nível havia se elevado novamente e, agora, com o vento Sul, as ondas fortes tornam a situação ainda mais delicada. Pedras soltas, buracos e o cenário de destruição são uma constante ao longo do calçadão e refletem o impacto contínuo da natureza.
A policial aposentada e assistente social, Nilza Vedana, de 64 anos, mora na região há 28 anos e vê com tristeza o estado atual do calçadão. “Na minha casa, a água chegou até o jardim. Precisei tapar os ralos para evitar que a água invadisse,” relata. Ela, que tem o hábito de caminhar na beira do Guaíba, se sente profundamente afetada pela destruição do local.
Nilza destaca que a responsabilidade pelos danos não deve recair apenas sobre os governos, mas também sobre a população. “É injusto botar a culpa somente em governos. A população também é responsável. Jogam lixo no chão, entopem bueiros, pessoas não têm comprometimento com o meio ambiente e estragam tudo,” lamenta.
Vento Sul causa ondas fortes no Calçadão de Ipanema, em Porto Alegre.
Nível do Guaíba, de acordo com medição das 16h15min, é de 2,69m.@correio_dopovo pic.twitter.com/e2JGbejAt6— Guilherme Sperafico (@G_Sperafico) July 12, 2024
Segundo ela, é necessário um esforço conjunto para reverter a situação. “É muito triste como moradora olhar o calçadão deste jeito. Eu fotografo muito esta parte aqui, linda como estava, e o estado em que está agora. Mas não adianta, é preciso dar tempo ao tempo. Todos nós somos responsáveis e não adianta colocar a culpa um no outro,” afirma.
Os moradores lembram com clareza das enchentes do ano passado, que também causaram danos significativos. “Consertaram, mas agora a água destruiu tudo de novo,” comenta Nilza.
As intervenções feitas anteriormente foram insuficientes diante da força das novas enchentes. Nesta sexta-feira, de acordo medição das 16h15min, o nível do Guaíba no Cais Mauá estava em 2,69m.
Correio do Povo