A sua tradição é bastante forte em países como Estados Unidos, Irlanda e Canadá, onde as crianças fantasiadas de forma assustadora batem de porta em porta a fim de ganhar doces.
A festa se popularizou um pouco por todo o mundo.
No Brasil, a sua comemoração remonta há cerca de 20 anos, tendo sido disseminada principalmente pelas escolas de línguas.
Origem do Halloween
O Halloween teve origem com o povo celta, que celebrava o festival de Samhain, ocasião em que se acreditava no retorno dos mortos à Terra.
Nessa ocasião, cuja festa durava 3 dias (com início no dia 31 de outubro), se agradecia a abundância das colheitas do ano e a transição para o início de um novo ano no primeiro dia de novembro.
Para afastar os espíritos, as pessoas acendiam fogueiras e muitos utilizavam máscaras para não serem reconhecidas.
Segundo estudiosos, como era uma festa pagã, no século VIII o papa Gregório III alterou o calendário na tentativa de atribuir à festa o caráter religioso, através da mistura das datas.
Assim, o Dia de Todos os Santos, antes comemorado no dia 13 de maio, passou a ser no dia 1 de novembro, antecedendo o que passou a ser All Hallows’ Eve. O termo Halloween então é resultado da junção das palavras hallow e eve, que significam respectivamente “santo” e “véspera”.
Tradições do Halloween: doce ou travessura?
Dentre as atividades mais comuns encontra-se a prática norte-americana do “doce ou travessura” (trick or treat, em inglês).
A brincadeira, que surgiu nos Estados Unidos, consiste em andar fantasiado pela vizinhança e bater de porta em porta dizendo a tal frase à espera de receber doces, caso contrário é feita uma travessura a quem negar dar guloseimas.
Apesar de a brincadeira não ser comum no Brasil, nesse dia há festas temáticas para adultos e crianças.
As fantasias mais escolhidas estão relacionadas com bruxas, esqueletos, vampiros, zumbis, etc.
Além dos trajes, as pessoas costumam se maquiar, com o objetivo de ficarem com o aspecto mais assustador possível.
A decoração envolve os tons de preto, laranja e roxo com símbolos alusivos à comemoração.
Símbolos do Dia das Bruxas
Há símbolos que estão sempre presentes, porque remetem ao sombrio: abóboras com recortes, bruxas, vampiros, morcegos, aranhas, fantasmas, caveiras, gatos pretos, velas, zumbis, e as cores laranja, preto e roxo.
As abóboras com velas acesas servem para iluminar o caminho dos mortos.
O seu uso surge da modificação de uma lenda irlandesa, a lenda de Jack O’ Lantern, alma de um homem que não foi aceito nem no céu, nem no inferno e que, assim, andava a vaguear na terra, iluminando as noites com um nabo.
Os gatos pretos, surgem em decorrência da sua associação à maldição e ao azar, enquanto os zumbis são cadáveres em busca de vingança.
Os vampiros são seres mitológicos que se alimentam do sangue das pessoas.
Gostam da escuridão e dormem em caixões.
Ao morder o pescoço de uma pessoa para se alimentar, transforma essa vítima também em vampiro.
31 de outubro também é o Dia do Saci!
Em 2003, o Projeto de Lei Federal n.º 2.762 institui a comemoração do Dia do Saci no dia 31 de outubro. Isso porque a introdução da Festa do Halloween no Brasil recebeu muitas críticas, sobretudo da Igreja Católica que acusou a celebração de pagã e pouco educativa.
Diante disso, foi introduzido o Dia do Saci com o intuito de afastar a tradição da festa das bruxas e no lugar celebrar o folclore do Brasil.
O saci, um menino travesso de uma perna, é uma das figuras mais emblemáticas do folclore brasileiro.
Lenda do Saci-pererê
A lenda do Saci-pererê é considerada uma das mais emblemáticas do folclore brasileiro.
O Saci-pererê, ou simplesmente saci, é um menino negro e travesso, que fuma cachimbo e carrega uma carapuça vermelha que lhe concede poderes mágicos.
Uma das importantes características desse personagem é que ele possui apenas uma perna.
A história do Saci-pererê
O Saci-pererê é um personagem muito travesso que se diverte fazendo brincadeiras com os animais e com as pessoas.
De acordo com as estórias, as suas principais travessuras são fazer tranças no rabo dos animais durante a noite, esconder objetos (como os dedais das costureiras), assobiar de maneira muito estridente para assustar os viajantes, trocar o recipiente de sal pelo de açúcar e distrair as cozinheiras para elas queimarem a comida.
O Saci é o guardião das ervas e das plantas medicinais, por isso, confunde as pessoas que tentam pegá-las sem autorização. Ele conhece as técnicas de preparo e sabe como utilizar as plantas para fins medicinais.
A lenda garante que para capturar o Saci-pererê, a pessoa deve arremessar uma peneira nos redemoinhos de vento. Dessa maneira, após capturá-lo, é necessário retirar-lhe o gorro para prendê-lo em uma garrafa.
Acredita-se que o Saci nasceu do broto de bambu, permanecendo ali até os sete anos e, após esse período, vive mais setenta e sete praticando suas travessuras entre os humanos e os animais.
Por fim, ao morrer, o Saci torna-se um cogumelo venenoso.
A origem do Saci-pererê
A lenda do Saci-pererê existe desde fins dos tempos coloniais e tem origem nas tribos indígenas do sul do Brasil.
O termo “Saci” vem do termo tupi sa’si, que está relacionado a um pássaro, que é conhecido pelos nomes “Saci”, “Matimpererê” ou “Martim-pererê” (em tupi: matintape’re).
Inicialmente, o Saci era retratado como um personagem negro e endiabrado, que possuía duas pernas e um rabo.
A partir da influência africana, ele perde a perna lutando capoeira e adquire o hábito de fumar o pito, ou seja, o cachimbo.
O gorrinho vermelho do Saci-pererê, por sua vez, advém do folclore do norte de Portugal. Era utilizado pelo lendário Trasgo, que possuía poderes sobrenaturais.
A lenda é contada em todas as regiões brasileiras e, por isso, a estória modifica-se conforme o local.
Em alguns lugares, ele possui nomes diferentes como: Saci-Cererê, Matimpererê, Matita Perê, Saci-Saçurá e Saci-Trique.
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