Evento em parceria entre Tribunal de Justiça do RS, a Corregedoria-Geral da Justiça e o Cartório de Registro Civil de São Leopoldo ocorreu no Salão do Júri do Foro da Comarca de São Leopoldo.
Foi realizado no final da tarde dessa quarta-feira, no Salão do Júri do Foro da Comarca de São Leopoldo, o Casamento Coletivo de quatro casais que foram acolhidos em abrigos temporários, durante as enchentes que assolaram a cidade. O evento foi uma parceria entre Tribunal de Justiça do RS, a Corregedoria-Geral da Justiça e o Cartório de Registro Civil de São Leopoldo.
Quem poderia imaginar que, de um momento de extrema dificuldade e aflição, pudesse surgir o elo que faltava para unir, de forma oficial, a relação desses casais. Foi através dos atendimentos do Projeto ‘Recomeçar é Preciso!’ que nasceu a ideia de realizar a ação. Para a Juíza de Direito Diretora do Foro de São Leopoldo, Jaqueline Hoefler, a iniciativa é fruto do trabalho do Judiciário gaúcho e demais instituições nos abrigos da cidade. “Ainda temos pessoas abrigadas, inclusive dois casais que hoje oficializam a união. E esta celebração representa um momento de felicidade, diante de tanta dificuldade enfrentada”, afirmou a magistrada.
Segundo a Juíza Jacqueline Bervian, da 2ª Vara Judicial de São Leopoldo, o evento contou com a participação de toda a comunidade e os voluntários trabalharam incansavelmente para que a cerimônia pudesse acontecer. “Hoje estou feliz e realizada porque tudo deu certo. O casamento foi inteiramente organizado por voluntários, que se envolveram em todos os detalhes. Os sonhos são feitos para serem realizados e hoje está sendo um momento lindo”, disse a Juíza.
E foi com grande emoção que os noivos entraram no Salão para dizer o tão aguardado “sim”. Para a noiva Mariléia da Rosa Correa, 41 anos, que saiu do abrigo temporário há seis dias, o nervosismo revelou a expectativa para o dia de oficializa sua relação de 11 anos com Dionata. “Eu estou muito feliz, pois agora estou iniciando uma nova etapa de vida e com uma nova família. Não está sendo fácil construir tudo do zero, mas tenho fé. Hoje é o grande dia, o dia de trocar de sobrenome”, comemora.
Para Daiane Thomas da Silva, 41 anos, que permanece em um dos abrigos instalados na cidade, a felicidade de estar realizando um sonho é estampado em seu sorriso. “Praticamente minha família inteira está em abrigo. Estávamos bem abalados por perdermos tudo o que tínhamos em nossa casa, o que restou foi nossa cama e uma TV que estava na parede. Hoje eu só tenho que agradecer a tudo que fizeram por nós. Estou realizando um sonho, aos 41 anos”, relata Daiane com um sorriso enorme. E para Roberto, agora marido de Daiane, a emoção foi inevitável. “Estamos ansiosos para voltar pra casa, e agora casados. Esta cerimônia é para nós a esperança de dias melhores”.
A cerimônia teve decoração especial com flores, músicos e, ao final, um coquetel para noivos e seus convidados.
Correio do Povo
