Na manhã deste sábado (12), frequentadores da Lagoa do Marcelino, em Osório, se depararam com uma triste cena: duas tartarugas filhotes foram encontradas mortas, aparentemente atropeladas por veículos que circulam pela orla da lagoa.
O episódio reacende um debate que há tempos divide opiniões: a compatibilidade entre o uso turístico da área e a preservação da fauna local, especialmente durante o período de desova.
Desde a revitalização do espaço, a Lagoa do Marcelino tornou-se um dos principais pontos de lazer da cidade, atraindo moradores e turistas em busca de contato direto com a natureza.
No entanto, esse mesmo atrativo traz consigo um desafio: a presença constante de veículos em uma área que também é habitat e ponto de reprodução de diversos quelônios, como tartarugas e cágados.
Apesar da existência de placas alertando sobre o cuidado com os animais silvestres e sinalizando o período de desova, atropelamentos de filhotes não são incomuns.
Ambientalistas destacam que mesmo com a redução da velocidade dos veículos, é extremamente difícil identificar e evitar tartarugas recém-nascidas, devido ao seu pequeno porte e camuflagem natural com o solo.
Nos últimos anos, já houve tentativas de restringir ou até mesmo proibir o tráfego de veículos na região, especialmente em épocas críticas para a fauna local.
Contudo, medidas mais incisivas ainda enfrentam resistência, principalmente por parte de frequentadores que utilizam carros para acesso às áreas mais próximas da água.
Com a recorrência de casos como o deste sábado, cresce a pressão sobre as autoridades municipais para que medidas mais eficazes sejam adotadas, conciliando o uso recreativo do espaço com a conservação da biodiversidade.


