Em sua segunda visita ao Rio Grande do Sul, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva prometeu ao governador Eduardo Leite, em discurso nesta sexta-feira (15), que o governo federal vai renegociar as dívidas do Estado com a União, porém, “não será nenhum favor”.
“Se todo mundo fala a mesma coisa, alguma coisa está errada. Então eu queria dizer pra você governador, não será nenhum favor, será obrigação do governo federal sentar e tentar encontrar uma solução (para a dívida)”, afirmou Lula, em discurso no auditório da Federação das Indústrias do Rio Grande do Sul (Fiergs), em Porto Alegre.
Já o governador gaúcho afirmou da importância sobre o tema da dívida. “O tema da dívida é muito importante e confiamos no endereçamento que o presidente e o ministro Fernando Haddad darão ao assunto. Por mais que possamos ter divergências, acredito na vontade do presidente de fazer um país melhor. Por isso, quero que o governo do Estado seja um sócio da União com melhores condições de fazer a sua parte”, destacou Leite. “Prestamos serviços para a mesma população, mas com as condições atuais, a dívida vai consumir mais de 12% da Receita Corrente Líquida do Estado, limitando nossa capacidade de investimento.”
Leite lembrou ainda que o Rio Grande do Sul não conta com incentivos concedidos a outros Estados e regiões do País, o que torna o ajuste na cobrança da dívida essencial com vistas a ampliar o espaço fiscal para aportes em áreas estratégicas.
Prestação de contas
No evento realizado na Fiergs, antes dos pronunciamentos do governador e do presidente, os ministros que formaram a comitiva do governo federal se revezaram em uma prestação de contas de investimento da União por meio do novo Programa de Aceleração do Crescimento (PAC).
O ministro da Casa Civil, Rui Costa, apresentou a previsão de aportes da ordem de R$ 29,5 milhões pelo PAC, sendo R$ 21 milhões especificamente no RS e R$ 8,5 milhões em ações que envolvem outros estados da Região Sul. Nos dois casos, a maior parte se destina a obras em rodovias e estradas.
O ministro destacou também as ações previstas no PAC Seleções, que recentemente anunciou R$ 925 milhões para 354 propostas contempladas no Estado, a maior parte na área de saúde.
Na sequência, a ministra da Saúde, Nísia Trindade, e os ministros, da Educação, Camilo Santana, da Integração e do Desenvolvimento Regional, Waldez Góes, e das Cidades, Jader Filho, detalharam as ações previstas em cada uma de suas áreas. Também discursaram o vice-presidente da República, Geraldo Alckmin, e o ministro da Secretaria de Comunicação da Presidência da República, Paulo Pimenta.
Extrema-direita
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva também afirmou em discurso que a extrema-direita “raivosa” e “bruta” põe em risco a democracia no mundo todo. Lula citou como exemplo o ex-presidente Jair Bolsonaro e o presidente da Argentina, Javier Milei.
“O que corre risco no mundo é a democracia. Corre risco pelo fascismo, corre risco pelo nazismo, corre risco pela extrema-direita raivosa, ignorante, bruta, que ofende as pessoas, que não acredita nas pessoas”, afirmou Lula. “É o Milei na Argentina. Quer fechar Banco Central, passar serrote. É aqui o Bolsonaro, que eu não queria falar o nome. Até hoje ele não reconhece a derrota dele. Outro dia ele falou que não sabe como perdeu.”
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