Plataforma de Atlântida: Ciclone faz desabar mais um trecho e custo pode passar de R$ 1 milhão.
Muitos olhos curiosos observavam no começo da tarde desta terça-feira a Plataforma Marítima de Atlântida, ou, ao menos, o que restou dela, após o ciclone extratropical que atingiu o litoral norte na última segunda.
Conhecido ponto turístico da região durante o veraneio, e local de encontro de moradores e pescaria o ano todo, o local no município de Xangri-Lá teve mais um trecho de 70 metros do antigo “L”, na realidade, a passagem à esquerda no sentido do oceano, engolido pela água durante a passagem da tormenta.
Agora, o que resta da plataforma é somente um trecho em linha reta, além de três pilares soltos acima do mar, e que resistiram à queda.
Assim como a plataforma em si, a Associação dos Usuários da Plataforma Marítima de Atlântida (Asuplama) também é uma sombra do que havia antigamente, embora siga se mantendo sem a possibilidade da pesca, já que o píer está interditado, mas com rifas e outras atividades para os cerca de 30 sócios, 90% menos do que há dois anos, quando outra parte desabou, incluindo o restaurante do local
“Naquela época, para recuperar, eram R$ 800 mil. Agora, não temos como estimar um valor”, disse um dos sócios da Asuplama, Evaldo de Souza Padilha, estimando, porém, que pode passar do milhão de reais. O dinheiro arrecadado vai para pagar algumas dívidas, além de manter o alarme do local, água e luz. De acordo com ele, saiu no mês passado o laudo da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) confirmando que havia como recuperar a plataforma.
A Asuplama queria que a Prefeitura de Xangri-Lá se responsabilizasse pela reforma, enquanto a administração municipal pretendia, em 2023, retirar a associação da gestão da mesma, impasse este que gerou uma ação civil pública, inclusive com participação do Ministério Público Federal (MPF). A associação afirma sempre ser a favor da recuperação, mesmo agora, com mais um trecho caído.
Questionado se o laudo veio tarde demais, ele afirma que sim, e alegando que a burocracia atrapalha o processo, já que a reforma, caso haja, só pode ser feita com água limpa e calma. “No verão, tivemos muitos dias assim. Mas não foi feito.
O restaurante que tinha ali em cima era muito bonito, e com peixes frescos. Embaixo do restaurante fizemos uma reforma até, mas estamos vendo que não foi suficiente”.
Em outros pontos de Xangri-Lá, o trabalho de reconstrução estava sendo feito por equipes da Prefeitura, com a recolocação de relógios de rua e outras estruturas danificadas pelos fortes ventos.
No quilômetro 29 da Estrada do Mar, em frente à sede do Grupo Rodoviário de Xangri-Lá, do Comando Rodoviário da Brigada Militar (CRBM), parte do muro de concreto de um condomínio fechado caiu durante o vendaval de segunda, o que fez os proprietários colocarem uma equipe de segurança privada permanentemente no local.
Em outro ponto, parte do telhado de um mercado também desabou, e um trecho do estacionamento foi isolado. Em ambos os casos, não houve feridos.
Correio do Povo