Produtores estão sem energia elétrica e vias de acesso aos locais inundados estão interrompidas.
O grande volume de chuva que ocorreu nesta terça-feira, em todo o Rio Grande do Sul, deixou a área rural de Candelária isolada.
Sem energia elétrica e com as vias de acesso às propriedades rurais interrompidas, os agricultores das microrregiões da Serra e da Várzea veem suas casas alagadas e estruturas produtivas destruídas pela elevação dos rios Pardo e Botucaraí.
“A inundação pegou sério. A água escorre na região Serrana, drenando lavouras, abrindo sulcos, deteriorando propriedades, galpões, casas”, relata o vice-presidente do Sindicato dos Trabalhadores Rurais do município localizado no Centro do RS, Dionatan Tavares.
As áreas da Várzea, que beiram os rios Pardo e Botucaraí, foram totalmente alagadas. As perdas ocorrem principalmente nas lavouras que ainda estavam por colher.
“Quem ainda tinha soja para colher – porque plantou mais tarde para escapar das chuvas do ano passado – perdeu”, lamenta Tavares.
A força da correnteza dos rios também desafia os agricultores e fumicultores – a região é tradicional produtora de tabaco. As dificuldades foram potencializadas após a queda de uma torre de energia elétrica em Linha do Rio.
“Para chegar lá, é preciso passar para o outro lado do rio, que está passando sobre o asfalto da RSC 287. A situação fica mais dramática por conta da correnteza, que é muito forte. Hoje, helicópteros foram acionados, mas não conseguiram chegar nos locais devido ao clima”, conta o líder.
No caso dos fumicultores, o estrago não foi maior porque eles estão com praticamente 80% da safra 2023/2024 de fumo comercializada. No entanto, ainda não é possível contabilizar as perdas.
“A correnteza derruba, destrói, inunda, molha paiol e estraga o que ficou da safra nos galpões”, detalha o dirigente.
“Vamos entrar a noite com situação de isolamento total e segue chovendo torrencialmente em Candelária”, alertou o presidente Sindicato dos Trabalhadores Rurais do município, Juarez Cândido, no final da tarde desta terça-feira.
Correio do Povo