Ministério da Saúde levará em consideração cenário epidemiológico e oferta de doses do imunizante.
O Ministério da Saúde não prevê para este ano a inclusão de municípios gaúchos na aplicação da vacina contra a dengue no Sistema Único de Saúde (SUS). O Rio Grande do Sul e outros dez estados ficaram de fora do calendário de imunização divulgado na quinta-feira, 25. Os critérios utilizados, de acordo com a pasta, foram: municípios de grande porte, com alta transmissão de dengue registrada em 2023 e 2024, e com maior predominância do sorotipo DENV-2.
Para 2025, o Ministério da Saúde irá avaliar novamente o cenário epidemiológico da doença e o quantitativo disponível de doses antes da definição da estratégia. A vacina contra a dengue, no entanto, é disponibilizada na rede privada de saúde.
O número de casos e mortes por dengue cresceu exponencialmente nos últimos dois anos. De 11 óbitos em 2021 saltou 66 no ano seguinte, e 54 mortes em 2023. Apesar de nenhum óbito ter sido registrado ainda neste ano, são 466 municípios infestados pela dengue, conforme o painel de monitoramento da Secretaria Estadual de Saúde (SES). Os mais de 1,2 mil casos confirmados da doença estão concentrados na população adulta.
Vacinação pelo SUS começa mês que vem
A vacinação contra a dengue pelo SUS inicia em fevereiro nos 16 estados selecionados pelo governo federal.
Serão imunizadas as crianças e adolescentes entre 10 e 14 anos, faixa etária que concentra maior número de hospitalização por dengue – 16,4 mil de janeiro de 2019 a novembro de 2023, depois das pessoas idosas, grupo para o qual a vacina não foi autorizada pela Anvisa.
Esse é um recorte que reúne o maior número de regiões de saúde.
O esquema vacinal será composto por duas doses, com intervalo de três meses entre elas.
A primeira remessa com cerca de 757 mil doses chegou ao Brasil no último sábado, 20.
O lote faz parte de um total de 1,32 milhão de doses fornecidas pela farmacêutica.
Outra remessa, com mais de 568 mil doses, está com entrega prevista para fevereiro. Além dessas, o Ministério da Saúde adquiriu o quantitativo total disponível pelo fabricante para 2024: 5,2 milhões de doses.
De acordo com a empresa, a previsão é que sejam entregues ao longo do ano, até dezembro. Para 2025, a pasta já contratou 9 milhões de doses.
Correio do Povo