Cafeína desempenha papel crucial nos músculos durante a atividade física.
Ela diminui a fadiga muscular, permitindo treinos mais intensos.
A cafeína é um composto presente em alimentos como o café, o chá, o chocolate e as bebidas energéticas.Além disso, ela não é conhecida apenas pela sua capacidade de nos animar e nos manter em estado de alerta.
Como, também, uma aliada ao âmbito do rendimento físico. Porém, seu papel é fundamental no metabolismo energético e na oxidação de gorduras durante as atividades físicas. Entre outras palavras, o café ajuda no exercício físico.
Novos estudos revelam a boa relação da cafeína e as atividades físicas. Como aponta a matéria publicada pelo site BBC News Brasil.
Como o corpo usa a energia dos alimentos?
Para compreender o efeito da cafeína, precisamos primeiro entender como e de onde o corpo obtém energia. Resumidamente, as células das fibras musculares extraem a energia dos carboidratos, das gorduras e das proteínas.
Elas transformam tudo em uma das “moedas de troca” que as células entendem: o ATP ou trifosfato de adenosina.
A tendência do corpo é procurar atingir a eficiência máxima. E, como somos capazes de armazenar maior quantidade de gorduras que de carboidratos, nosso corpo irá recorrer à gordura para obter energia. Mas, existe um contratempo. Como as gorduras são moléculas grandes e complexas, sua decomposição para obter ATP é mais lenta do que com outros substratos.
Por isso, quando precisamos de muita energia em um curto espaço de tempo, nosso organismo prioriza o uso dos carboidratos. Pois, eles podem ser decompostos com mais rapidez para satisfazer as necessidades energéticas imediatas.
Limitação aos carboidratos
Por outro lado, recorrer aos carboidratos apresenta uma limitação importante. Ainda mais que suas reservas no corpo são limitadas, especialmente na forma de glicogênio nos músculos e no fígado. Nós armazenamos energia suficiente para cerca de 60 minutos de trabalho de intensidade.
Durante exercícios prolongados ou de alta intensidade, como em uma maratona ou no ciclismo por exemplo, o rápido esgotamento das reservas pode levar à fadiga.
Assim como, à redução do rendimento físico e mental e, às vezes, dores e esgotamento muscular.
Além disso, como o cérebro precisa de glicose de forma constante. E, sua baixa disponibilidade pode afetar a concentração e a capacidade de tomar decisões fundamentais durante a atividade física.
A cafeína nos faz recorrer às gorduras
Além do seu conhecido efeito estimulante sobre o sistema nervoso central, a cafeína desperta interesse específico. Isso ocorre devido à sua capacidade de influenciar positivamente a oxidação de gorduras durante o exercício.
Sob o efeito da cafeína, nosso corpo tende a consumir mais ácidos graxos como fonte de energia. Isso acontece durante exercícios físicos de intensidade baixa e moderada. Ocasionalmente reduz a taxa de oxidação dos carboidratos ou do glicogênio muscular e hepático.
Desde já, este mecanismo é vantajoso em modalidades esportivas como o ciclismo, maratonas ou triatlos. Nelas, preservar glicogênio faz com que os atletas possam manter alto nível de rendimento por mais tempo.
Também se descobriu que a cafeína contribui para preservar as reservas de glicogênio nos músculos. Como resultado, ela retarda o esgotamento e possibilita melhora do rendimento.
Não necessariamente perdemos peso
Além de nos manter despertos, o café tem efeitos fisiológicos relacionados ao uso de substratos energéticos durante o exercício físico. O primeiro efeito está relacionado à adrenalina. Ou seja, o hormônio que nos prepara para correr com mais rapidez ou saltar mais alto, em situações de “luta ou fuga”.
Sob o efeito da cafeína, a adrenalina ativa as enzimas chamadas lipases. Elas se encarregam de decompor as gorduras armazenadas (as triglicérides). Essas gorduras são transformadas em energia pronta para uso pelos músculos. Aumentando a concentração de ácidos graxos no sangue, cresce também o uso de gorduras como fonte de energia.
Paralelamente, a cafeína age como bloqueador dos receptores celulares de adenosina, o que nos permite retardar a sensação de fadiga. Desta forma, conseguimos manter altos níveis de energia e nos exercitar por mais tempo antes de sentir cansaço. Como resultado, aproveitamos melhor as gorduras como fonte de combustível.
Será que esse aumento da oxidação de gorduras causa perda de peso? Não necessariamente. Para produzir perda de peso, deve existir um déficit energético negativo – ou seja, a ingestão de calorias deve ser inferior ao consumo calórico. Além disso, estamos falando de um processo complexo que é afetado por muitas variáveis, como hormônios, fatores psicológicos e aspectos de estilo de vida.
Cafeína e oxidação das gorduras
Diversos estudos confirmam que a cafeína aumenta a oxidação de gorduras em diferentes populações. A dose eficaz normalmente começa em 3 mg/kg de peso do corpo. Mas, a reação pode variar conforme a sensibilidade individual de cada pessoa.
Este fato destaca a importância de personalizar a dose para maximizar os benefícios metabólicos. Do mesmo modo, sem comprometer o bem-estar em geral.
Curiosamente, estudos recentes indicam que a ingestão de cafeína aumenta a oxidação de gorduras de manhã e à tarde, com apenas 3 mg/kg de peso corporal. Mas, aqui vem a surpresa: estudos indicam que acreditar que ingerimos cafeína pode promover a oxidação de gorduras quase tanto quanto tomá-la de verdade.
Café ajuda no exercício físico
Dessa forma, tudo indica que a cafeína é uma ferramenta valiosa para quem procura otimizar a oxidação de gorduras e melhorar seu rendimento esportivo. Ela age não só como poderoso estimulante, mas também como promotor eficaz do uso de gorduras como fonte de energia.
Afinal, apesar dos seus benefícios no rendimento esportivo, é fundamental controlar com cuidado o consumo de cafeína. Em excesso, a substância pode desencadear efeitos colaterais, como nervosismo, insônia e aumento da pressão arterial.
A chave do sucesso reside no equilíbrio e na personalização do consumo. Sempre considerando as reações e necessidades individuais. Isso permite ajustar a dose para encontrar o equilíbrio perfeito e aumentar o rendimento físico, sem comprometer a saúde.
Portanto, o café ajuda no exercício físico e pode ser uma condição extra na prática das atividades. O fundamental deve ser o bom treinamento, além de comer alimentos saudáveis que colaborem com o nosso objetivo, descansar corretamente e manter a saúde mental.
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