População fixa da região segue aumentando e cidades projetam investimentos até o próximo verão.
A temporada de verão no Litoral Norte do Rio Grande do Sul encerrou com saldo positivo.
O movimento foi intenso desde o Natal e se manteve assim ao longo dos meses, impulsionado por condições climáticas favoráveis, com pouca chuva e temperaturas elevadas. O fluxo de visitantes foi constante, beneficiando o comércio, a rede hoteleira e os serviços turísticos.
De acordo com o presidente da Associação dos Municípios do Litoral Norte (Amlinorte), Ique Vedovato, que também é prefeito de Imbé, a temporada foi considerada completa. “As cidades estiveram cheias do início ao fim, sem grandes oscilações. Normalmente, janeiro ou fevereiro são mais fortes, mas neste ano tivemos movimento intenso durante toda a estação”, afirmou. Ele estima que cerca de 40% da população do Estado tenha passado pelo litoral em algum momento do verão.
Os períodos de maior pico foram o Réveillon e o Carnaval. Ambos os eventos atraíram multidões e colocaram o Litoral Norte como principal destino de veraneio dos gaúchos. “Esses são os momentos em que praticamente todo mundo para. São incomparáveis com qualquer outro período do verão”, destacou Vedovato.
Mesmo com o fim da temporada, os municípios ainda esperam bom fluxo de visitantes nos fins de semana de março e abril. A infraestrutura das cidades também foi considerado um fator determinante para o bom desempenho da temporada, como a inauguração da duplicação da avenida Paraguassu.
A realização das obras, conforme o prefeito, também consolida a região como um destino para residência fixa e o crescimento populacional da região nos últimos anos reforça essa tendência. “O Litoral Norte já tem vida própria o ano inteiro. Hoje, há muitas pessoas que vivem aqui e trabalham de forma híbrida, dividindo a rotina entre o Litoral e a Região Metropolitana”, explicou.
Além do aumento natural da população, as enchentes de 2024 também tiveram impacto nesse crescimento. Muitos desabrigados migraram para a região, especialmente aqueles que já possuíam imóveis no litoral. Outros vieram em busca de recomeço. “Tivemos muitas famílias que se instalaram aqui após a tragédia. Algumas já tinham casas, outras chegaram sem nada e acabaram ficando, encontrando oportunidades de trabalho e um ambiente mais seguro”, relatou o prefeito.
Apesar de não haver um levantamento oficial, a Amlinorte afirma que há a necessidade de atualização dos dados demográficos. O último Censo não reflete a realidade populacional da região, o que impacta na destinação de recursos estaduais e federais. “Precisamos de uma contagem mais precisa, pois recebemos verbas com base em números subestimados, enquanto os serviços públicos atendem uma população muito maior do que a registrada oficialmente”, destacou Vedovato.
Por fim, o prefeito diz que, com a movimentação intensa, os municípios já planejam investimentos para a próxima temporada. A prioridade é a infraestrutura, para garantir que a região continue sendo um destino atrativo e melhor estruturado. “O Litoral Norte é o quintal do Estado e estamos sempre prontos para receber os gaúchos com qualidade e segurança”, concluiu Vedovato.
Correio do Povo