Mesmo com a cor da água, boletim mais recente diz que praias estão próprias para banho.
Veranistas que chegam à beira da praia de Capão da Canoa nesta segunda-feira (8) encontram um fenômeno recorrente do litoral norte gaúcho, encontrado pelo menos desde o sábado (6): o mar “chocolatão”. Pela manhã, poucas pessoas se aventuravam na água, enquanto a maioria preferia caminhar e aproveitar o sol na areia.
O vento noroeste de fraca intensidade — com rajadas que não passavam dos 10 km/h — deixava uma sensação de abafamento na praia. A temperatura era de 25°C ainda antes das 8h30min. A bandeira definida pelos guarda-vidas é amarela nesta segunda.
Mas, o que explica essa mudança no mar e a água mais turva? O fenômeno do mar “chocolatão” é resultado de uma série de processos da natureza.
Um deles é que a água que entra na costa gaúcha, com a ajuda do vento, transporta os sedimentos presente na água do Rio da Prata e na Lagoa dos Patos. Nesses sedimentos, é possível encontrar areia e algas, como a Asterionellopsis glacialis, que se multiplicam e ficam mais escuras quando chegam perto da superfície.
Conforme o diretor do Instituto do Meio Ambiente da Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul (PUCRS), Nelson Ferreira Fontoura, quando há uma sequência de dias de vento nordeste — como aconteceu em Capão da Canoa — as águas superficiais e costeiras são arrastadas para o mar aberto, deixando água mais fria e turva.
Essa grande presença de nutrientes não interfere, no entanto, na balneabilidade da água. A definição de que o mar está próprio ou não para o banho é medida pela contaminação fecal. Conforme o último boletim de balneabilidade, divulgado pela Fundação Estadual de Proteção Ambiental (Fepam) na semana passada, todas as praias de água salgada do Litoral Norte estão próprias para o banho.
Assim, a coloração mais do mar não significa que a água não possa receber banhistas.
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