O lorlatinibe, um produto já aprovado e disponível sob a marca Lorviqua nos Estados Unidos, foi testado em um ensaio clínico com centenas de pessoas que sofrem de uma forma avançada de linfoma quinase anaplásico em câncer de pulmão de células não pequenas.
De acordo com os resultados dos ensaios clínicos publicados nesta sexta-feira, um medicamento da Pfizer reduziu significativamente a progressão do câncer e melhorou os resultados de sobrevivência em pessoas em estágios avançados de uma forma rara de câncer de pulmão.
O lorlatinibe, um produto já aprovado e disponível sob a marca Lorviqua nos Estados Unidos, foi testado em um ensaio clínico com centenas de pessoas que sofrem de uma forma avançada de linfoma quinase anaplásico (ALK) em câncer de pulmão de células não pequenas (NSCLC, na sigla em inglês).
Metade dos participantes recebeu lorlatinibe, enquanto o restante recebeu crizotinibe, um medicamento de geração anterior. Após cinco anos de acompanhamento, mais da metade dos pacientes tratados com lorlatinibe não apresentaram progressão do câncer. “Estamos falando de pacientes com doença metastática avançada, portanto esta é uma descoberta sem precedentes”, disse Despina Thomaidou, da Pfizer, à AFP.
Sessenta por cento dos pacientes que receberam um comprimido de lorlatinibe, administrado por via oral, estavam vivos e sua doença não tinha progredido, em comparação com 8% daqueles que receberam crizotinibe.
“Houve uma redução de 81% no risco de progressão ou morte”, disse Thomaidou. O câncer de pulmão é a principal causa de morte por câncer em todo o mundo.
O NSCLC é responsável por mais de 80% dos casos de câncer de pulmão, e os tumores ALK positivos são responsáveis por aproximadamente 5% dos casos de NSCLC, com cerca de 72 mil novos casos por ano em todo o mundo. Os mais afetados são os jovens e a doença não está fortemente ligada ao tabagismo.
O NSCLC também é muito agressivo: 25% a 40% das pessoas com NSCLC positivo para ALK desenvolvem metástases cerebrais nos primeiros dois anos. Thomaidou explicou que o lorlatinibe penetra melhor na barreira hematoencefálica do que os medicamentos da geração anterior e atua inibindo mutações tumorais que impulsionam a resistência.
Os efeitos colaterais do lorlatinibe incluem inchaço, ganho de peso e problemas de saúde mental, como depressão.
Os resultados foram publicados na reunião anual da Sociedade Americana de Oncologia Clínica e no Journal of Clinical Oncology.
Correio do Povo