Praia de Florianópolis é a mais poluída do Brasil, aponta estudo inédito; plástico está presente em toda a costa do país.
Em parceria com o Instituto Oceanográfico da Universidade de São Paulo (USP), a ONG Sea Shepherd Brasil analisou 7 mil quilômetros de território para mapear os resíduos marinhos. Ao todo, 306 praias de 201 municípios foram verificadas.
Pântano do Sul, em Florianópolis, foi apontada como a praia mais poluída do Brasil na Expedição Ondas Limpas, estudo realizado pela Sea Shepherd Brasil em parceria com o Instituto Oceanográfico da Universidade de São Paulo (USP).
A praia situada no sul da capital catarinense apresentou “os maiores índices de contaminação” por plástico entre as 306 analisadas em toda a costa brasileira.
“Do Chuí ao Oiapoque”, a Expedição Ondas Limpas percorreu 201 municípios brasileiros para analisar a presença de plástico no litoral do Brasil, sejam microresíduos (pequenas partículas insolúveis) ou macroresíduos (sacolas, canudos e tampas de garrafa, por exemplo). O estudo indica a presença de resíduos plásticos em todas as praias do país.
Nos 7 mil quilômetros da costa brasileira analisados, área similar a 22 campos de futebol, 91% dos resíduos marinhos encontrados são plásticos.
Destes, 61% são itens descartáveis como tampas de garrafa, por exemplo. E 17% são itens utilizados para pesca, como linhas de nylon. A bituca de cigarro foi o micro plástico encontrado em maior volume: um a cada 12.
Ao todo, foram encontrados 72 mil macroresíduos e 16 mil microplásticos na costa brasileira. Em média, a cada 2 metros quadrados do litoral, o estudo aponta presença de 10 microplásticos e um macroresíduo – como copos descartáveis, por exemplo.
Em Pântano do Sul, em apenas 1 metro quadrado de praia, a Expedição Ondas Limpas evidenciou a presença de 17 macroresíduos e 144 partículas de microplásticos. Outro dado alarmante do estudo é que praias mais isoladas e protegidas estão entre as mais afetadas por resíduos plásticos de uso único, como canudos e tampas de garrafas.
Panorama no Rio Grande do Sul
Arroio do Sal, no litoral norte gaúcho, é a quarta cidade brasileira com maior densidade de microplástico por metro quadrado, indica o estudo. Conforme a Expedição Ondas Limpas, em média 43 partículas do material são encontradas dentro da área de 1 metro quadrado.
Na fatia de praias, Mariluz, em Imbé, também no Litoral Norte, aparece em quinto lugar entre as com maior densidade de microplástico encontrado por metro quadrado. A cada metro quadrado analisado, o estudo constatou em média a presença de 51 partículas de plástico na praia gaúcha
Veja o top5 das cidades:
- Mongaguá, em São Paulo: 83 microplásticos por metro quadrado
- Conceição da Barra, no Espírito Santo: 44 microplásticos por metro quadrado
- Florianópolis, em Santa Catarina: 43 microplásticos por metro quadrado
- Arroio do Sal, no Rio Grande do Sul: 43 microplásticos por metro quadrado
- Natal, no Rio Grande do Norte: 39 microplásticos por metro quadrado
Veja o top5 das praias:
- Pântano do Sul, em Florianópolis (SC): 144 microplásticos por metro quadrado
- Praia do Centro, em Mongaguá (SP): 83 microplásticos por metro quadrado
- Praia do Rizzo, em Florianópolis (SC): 78 microplásticos por metro quadrado
- Praia do Botafogo, no Rio de Janeiro (RJ): 55 microplásticos por metro quadrado
- Mariluz, em Imbé (RS): 51 microplásticos por metro quadrado
Em contrapartida, Santa Vitória do Palmar figura entre as cidades com menor densidade de macroresíduos por metro quadrado. Aproximadamente 0,02 resíduos plásticos foram encontrados a cada metro quadrado do município do sul do Estado.
Cidades com menor densidade de macroplásticos por m²:
- Turiaçu, no Maranhão: 0,01 resíduos a cada metro quadrado
- Mucuri, na Bahia: 0,01 resíduos a cada metro quadrado
- Paulino Neves, no Maranhão: 0,01 resíduos a cada metro quadrado
- Santa Vitória do Palmar, no Rio Grande do Sul: 0,02 resíduos a cada metro quadrado
- Guamaré, no Rio Grande do Norte: 0,03 resíduos a cada metro quadrado
O relatório completo da Expedição Ondas Limpas está disponível no site da Sea Shepherd Brasil. Conforme a ONG, um artigo científico será publicado em breve.
*Produção: Lucas de Oliveira
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