Associação Gaúcha de Criadores de Búfalos calcula que, pelo menos, 280 animais foram levados pela cheia no Estado.
Nem o tamanho, nem o peso dos búfalos fez frente à correnteza que se formou com a enchente em algumas regiões do Estado.
A Associação Gaúcha de Criadores de Búfalos (Ascribu) calcula que, pelo menos, 280 animais foram levados pela água lamacenta que avançou em diversas propriedades rurais.
A maioria, 170, são do produtor Oswaldo Linck, da propriedade localizada na Ilha do Lages, em Porto Alegre.
Com um rebanho de 400 animais, metade deles foi levado pela cheia no início de maio, quando a água alcançou as mangueiras da fazenda.
O prejuízo, considerando animais, galpões e cercas perdidos, deve chegar a R$ 1 milhão.
— Subiu muito rápido. Não deu pra salvar nada. O que a água não levou, foi saqueado — lembra Linck.
Os 200 animais que sobreviveram saíram dias antes da propriedade rumo à Guaíba, onde o produtor costuma “invernar” seus animais. Linck cria terneiros até virarem adultos para, então, vendê-los.
Dos 200 inicialmente perdidos, 40 foram encontrados até agora. A maioria à beira de rodovias. No entanto, 10 morreram depois de salvos, na propriedade, debilitados da água. Com os 160 restantes, Linck é pessimista:
— O que teve que aparecer já apareceu. É difícil, mas é isso.
A presidente da Ascribu, Desireé Möller, no entanto, segue com esperança de encontrar mais búfalos:
— Vendo a geografia no rio, acredito que vá ter muito búfalo na Barra do Ribeiro, é onde o Guaíba junta com a Lagoa dos Patos. E os búfalos têm “capacidade aquática”, conseguem até pastejar embaixo da água.
À frente dos resgates nos últimos dias, Desireé chegou a abrigar seis animais até que as estradas estivessem viabilizadas novamente para devolvê-los.
A Ascribu recebeu doações financeiras de todo o Estado e, nos próximos dias, deve distribuir aos produtores afetados.
Ao todo, são 50 mil búfalos no Rio Grande do Sul e 500 criadores.



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