Tendência é observada pelo MEC; balanço da Educação Superior no país foi divulgado nesta semana.
O número de ingressos em cursos de graduação a distância vem aumentando substancialmente nos últimos anos.
Em 2023, foram 3,3 milhões de novos estudantes em cursos superiores de Educação a Distância (EAD), contra 1,6 milhão em cursos presenciais.
O declínio no número de ingressantes em cursos superiores presenciais vem diminuindo desde 2014. Em 2021, foi registrado o menor valor dos últimos 10 anos (1.467.523). Segundo o Ministério da Educação (MEC), se a tendência for mantida, o EAD deve superar, em 2024, os números do ensino presencial.
Os dados constam no Censo da Educação Superior 2023, divulgados ontem pelo MEC e pelo Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais (Inep), autarquia vinculada à pasta.
Em recorte inédito, o Censo revelou que 89,7% das matrículas de EAD estão em 1.085 municípios onde há oferta de cursos presenciais.
Apenas 10,3% das matrículas de EAD estão em 2.281 municípios onde essa é a única maneira de fazer uma graduação.
O número de matrículas seguiu a tendência de crescimento dos últimos anos e chegou a mais de 9,9 milhões, um aumento de 5,6% entre 2022 e 2023, o maior desde 2014.
As instituições privadas concentraram a maioria dos matriculados: 79,3% (7.907.652) contra 20,7% (2.069.130) da rede pública, que apresentou ligeira queda de 0,4%, nesse mesmo intervalo (2022-2023).
O Ensino Superior público é majoritariamente presencial: em 2023, 85% (481.578) dos ingressos ocorreram nessa modalidade. Na rede privada acontece o contrário. Nesse caso, 73% (3.226.891) dos ingressos foram em cursos EAD.
O mesmo acontece em relação às licenciaturas: na rede pública, 70,2% dos ingressantes foram matriculados em cursos presenciais. Em contraponto, na rede privada, 93,5% dos alunos ingressaram em licenciaturas EAD.
Cotas
De acordo com a pesquisa estatística, de 2014 a 2023, os estudantes que acessaram a Educação Superior Federal por meio de políticas afirmativas em 2014 tiveram uma taxa de conclusão 10% maior do que a dos ingressantes via acesso universal.
No último ano, 51% dos alunos cotistas da rede federal concluíram o curso, enquanto o índice entre os não cotistas foi de 41%.
Ao se analisar os efeitos do Prouni na taxa de conclusão, verificou-se que 58% dos beneficiários concluíram a graduação no ano passado, contra 36% entre os estudantes que não fazem parte da política, que concede bolsas de estudos em instituições privadas para estudantes de baixa renda.
Já o índice de concluintes entre os alunos que contam com o Fies, financiamento estudantil do governo federal, foi 15% superior ao dos que não utilizam o auxílio (49% e 34%, respectivamente).
Do Ensino Médio ao Superior
Entre os concluintes do Ensino Médio de 2022, 27% ingressaram na Educação Superior em 2023.
Quando se observam os formandos de escolas federais, essa proporção sobe para 58% (comportamento similar ao dos concluintes das escolas privadas, com 59%).
A taxa é de 21% entre alunos oriundos de escolas estaduais.
Além disso, o Ensino Médio articulado com a Educação Profissional (de modo integrado ou concomitante) se mostrou mais efetivo em levar os estudantes ao Ensino Superior: 44% dos concluintes ingressaram na etapa logo após terminar a escola, contra 30% dos formandos em Ensino Médio Regular.
A Educação de Jovens e Adultos (EJA) tem a menor taxa de ingresso imediato na Educação Superior, com apenas 9%.
O mesmo recorte também foi feito por localização da escola: 27% dos estudantes das escolas urbanas ingressaram na Educação Superior imediatamente após a conclusão da Educação Básica, contra 16% dos formandos em escolas rurais.
Números
- 2.580 instituições
- 2.264 privadas
- 316 públicas
- 19.181.871 vagas EAD
- 5.505.259 presenciais
- 4.424.903 ingressantes na rede privada
- 569.089 ingressantes na rede pública
- 3.314.402 ingressantes em EAD
- 1.679.590 em presencial
Correio do Povo