Delegado responsável pelo caso, Edgar Santana, disse que a Polícia Civil do Paraná trabalha com três linhas de investigação.
Falha mecânica, falha humana ou ambas as situações, são as três linhas investigadas da Polícia Civil do Paraná, no inquérito que apura o acidente que matou nove pessoas e deixou um adolescente ferido no quilômetro 665 da BR 376, em Guaratuba (PR), na semana passada. Sete das vítimas fatais eram adolescentes da equipe de remo “Remar para o Futuro”, de Pelotas.
O acidente que matou os jovens, além do treinador e do motorista da van, foi causado por um caminhão que colidiu na traseira do veículo e depois tombou por cima, matando nove dos dez passageiros.
Em entrevista coletiva realizada nesta segunda-feira (28), o delegado responsável pelo caso, Edgar Santana, o motorista do caminhão causador do acidente teria parado o veículo diversas vezes na rodovia. “Imagens do sistema de monitoramento da rodovia mostram, no mínimo, três paradas desse veículo, justamente pra efetuar algum tipo de reparo. Aliado a essas imagens, ao longo da semana passada, a Polícia Civil realizou uma série de outivas que estão contribuindo para a elucidação do fato”, explica.
Além das oitivas, a Polícia Civil também aguarda a realização do exame pericial no veículo para chegar a uma conclusão. O delegado explica que as três linhas investigativas abordam duas causas principais. “A primeira linha, diz respeito a uma falha humana na direção do caminhão. A segunda possibilidade é de que tenha ocorrido uma falha mecânica, decorrente dos diversos problemas registrados no trajeto. A terceira possibilidade é de que tenham ocorrido os dois fatores: a falha humana aliada ao problema mecânico”, detalha Santana.
Ainda conforme o delegado, inicialmente o procedimento foi instaurado por homicídio culposo – quando não há intenção de matar – de trânsito, para as nove mortes registradas no caso. “No entanto, ainda precisamos realizar uma série de diligências e pode ser que, no final do procedimento, a gente mude o enquadramento legal”, pondera.
A conduta do motorista está entre os fatores avaliados para a definição do enquadramento pelo qual responderá após a conclusão do inquérito. Porém, uma conclusão do indiciamento só acontecerá após término do trabalho da perícia. “Vamos aguardar o laudo pericial para que a gente tenha efetivamente uma resposta, mas, preliminarmente, diante de tantos problemas que o veículo apresentou, acredito que o mais razoável era ele ter parado e o veículo e passado por um conserto completo”, afirma Santana.
A Polícia Civil também avalia a possibilidade de que o proprietário do caminhão também seja responsabilizado criminalmente, considerando a possibilidade de não ter ocorrido as manutenções preventivas no veículo. Entretanto, para que isto ocorra, também é necessária a conclusão dos trabalhos periciais.
Após ter sido aberto, ao inquérito policial tem prazo de 30 dias para ser concluído, com possibilidade de ampliação por mais 30 dias, caso haja necessidade, a depender do resultado das perícias, que ainda não têm previsão de serem concluídas “Solicitamos aos peritos que examinem de forma minuciosa os freios no veículo e, a partir do laudo pericial, a gente pode conceder as respostas que, sem sombra de dúvidas, vão contribuir de forma relevante para que a gente chegue à conclusão e elucidação completa do fato”, finaliza.
Correio do Povo