Alexandre era um garoto estudioso, no entanto, muito impaciente. Se ele estivesse fazendo a lição de casa e algo saísse errado, logo se irritava. Jogava longe o caderno, a régua, o lápis e desistia do trabalho. A atitude preocupava seus pais.
Os conselhos eram reprisados todos os dias, sem nenhum efeito. Uma manhã, ao abrir a janela do seu quarto, Alexandre viu um lindo beija-flor sobrevoando o jardim. Debruçou-se na janela e ficou observando. O pequenino pássaro, de penas verdes e azuis, batia rapidamente as asas, parava diante de uma flor.
Depois descia até o chão, pegava um raminho e subia até o galho de um pinheiro. Tornava a descer e subir, sempre carregando raminhos no bico. A cena deixou Alexandre extasiado. Chamou o pai, a mãe, o irmão. Todos ficaram longo tempo olhando o trabalho contínuo do beija-flor que logo teve ajuda da sua companheira
O encantamento era geral. Naquela noite, houve uma tempestade. Ventos fortes. Chuva. Pela manhã, o ninho estava no chão. Alexandre ficou olhando triste. Tanto trabalho por nada. Logo o sol saiu. Os ramos secaram e a natureza tornou a sorrir. O casal de beija-flores se apresentou no jardim e recomeçou a tarefa.
Raminho após raminho foi sendo levado. A construção deste novo ninho demorou alguns dias. Tinha a forma de uma concha bem funda. A fêmea se acomodou e botou dois ovinhos. Alexandre passou a visitar o ninho. Se a fêmea se afastava, ele ia dar uma espiadela.
Numa bela tarde, que grata surpresa! Os filhotes haviam nascido. Já estavam com os bicos abertos, esperando que a mãe colocasse o alimento. Nessa hora, o pai de Alexandre aproveitou para falar:
– Você já imaginou, meu filho, se no dia daquela tempestade, quando o ninho caiu, os beija-flores tivessem desistido?
“Nossa maior fraqueza está em desistir. O caminho mais certo de vencer é tentar mais uma vez.”
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