Com uma formação mais rápida e voltada para a prática, os cursos técnicos continuam sendo uma das maneiras mais eficazes de ingressar no mercado de trabalho — especialmente em áreas como saúde, informática, segurança do trabalho e administração, que seguem com alta demanda.
Foi por esse caminho que a enfermeira Larissa Soares começou sua trajetória. Hoje, ela é professora da disciplina de CTI em Enfermagem na Escola Técnica Fundatec, mas tudo começou com um curso técnico.
“Em 2015, quando perdi meu pai, percebi que o que eu queria mesmo era cuidar das pessoas. Sempre tive interesse pela área da saúde, cheguei a pensar em Medicina, mas foi acompanhando o trabalho da enfermagem no hospital que entendi a força do cuidado”, conta Larissa.
Naquele momento, ela decidiu buscar um curso técnico em Enfermagem e encontrou na Fundatec uma proposta que chamou a atenção: aulas práticas desde o início do curso e estágios em diferentes áreas da profissão.
“Passei por maternidade, saúde mental, oncologia, emergência, CTI. Tudo isso antes mesmo de me formar. Tive a chance de experimentar cada uma dessas áreas e descobrir onde eu realmente me via atuando. Isso faz toda a diferença”, lembra. A vivência intensa no ambiente hospitalar ajudou Larissa a perceber que seu lugar era na Terapia Intensiva — área onde construiu toda a sua carreira.
Depois de formada como técnica, trabalhou em hospitais de referência em Porto Alegre, como o Mãe de Deus e o Moinhos de Vento, sempre em unidades de tratamento intensivo. Também passou em concurso público e, atualmente, é técnica em enfermagem no Exército Brasileiro. Abriu seu próprio serviço de Home Care, fez graduação em Enfermagem e se especializou em CTI. “Tudo começou com o técnico. Foi esse curso que me deu condições de trabalhar, ter renda, pagar meus estudos e conquistar minha independência”, afirma.
Segundo ela, a procura por cursos técnicos cresce justamente por esse perfil mais direto: formação em menos tempo e possibilidade de começar a trabalhar logo. “Muitos alunos comentam que escolheram o técnico por ser mais curto que uma faculdade e por permitir retorno financeiro mais rápido. E é verdade. O mercado está aquecido para técnicos em várias áreas. A formação é mais acessível, mas é também bastante robusta. A Fundatec, por exemplo, tinha uma carga horária maior do que muitos outros cursos na época, e isso se reflete no preparo dos alunos”, aponta.
Embora o salário do técnico, em geral, fique abaixo do de quem tem graduação, Larissa acredita que a valorização existe. “As empresas pensam em custos, e muitas vezes optam por contratar mais técnicos do que graduados. Isso não diminui o papel do técnico — pelo contrário. Mostra como ele é essencial. Em muitos hospitais e laboratórios é assim: há um profissional de nível superior como responsável técnico e vários técnicos especializados, e tudo funciona muito bem”, diz.
Ela também ressalta que algumas áreas estão em alta, como enfermagem, segurança do trabalho, informática e administração. Por isso, Larissa aconselha quem está começando: “Comece por um técnico, viva a profissão, descubra no que você realmente quer atuar. A gente precisa gostar do que faz para não se frustrar. O técnico permite isso — você experimenta, aprende, ganha base e depois decide se quer seguir para uma graduação. É um começo forte e com foco”.
Hoje, olhando para trás, Larissa enxerga com clareza o impacto dessa escolha: “Nunca fiquei sem trabalho. Conquistei minha casa, meu carro, minha estabilidade. E tudo isso começou com o curso técnico. Agora, como professora, vejo muitos alunos trilhando esse mesmo caminho — e sei que dá certo”.
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