O Outubro Rosa, ao mesmo tempo que conscientiza sobre a prevenção e o diagnóstico precoce do câncer de mama, também nos convida a olhar para a integralidade do tratamento e, principalmente, para a recuperação de pessoas acometidas pela doença.
A cirurgia é, para muitas, uma das principais formas de combate. Seja de forma conservadora, com a retirada apenas do tumor, ou mais extensiva, como a mastectomia (parcial ou total), o processo cirúrgico, especialmente a retirada da mama, gera impactos profundos na saúde, na autoestima e na qualidade de vida.
Esses efeitos vão muito além da cicatrização física. Podem afetar a qualidade de vida dessas pessoas, dificultando ou até impossibilitando a realização de tarefas diárias simples, a prática de atividades físicas e o retorno ao trabalho.
Nesse cenário, a Fisioterapia se consolida como uma importante aliada. Através de intervenções específicas e personalizadas, o fisioterapeuta atua no pós-operatório do câncer de mama com o intuito de ajudar na recuperação plena do paciente.
Seu trabalho é fundamental para minimizar dores, restaurar a mobilidade, prevenir complicações como o linfedema e, sobretudo, auxiliar a pessoa a retomar sua autonomia e qualidade de vida.
O fisioterapeuta Mateus Maciel Pauferro destacou o principal objetivo da Fisioterapia em cada uma das fases do tratamento. “Na fase de prevenção, buscamos orientar sobre hábitos saudáveis, cuidados com o corpo e exercícios que ajudem a preservar a mobilidade e prevenir complicações. No momento pré-cirúrgico, avaliamos o estado físico, verificamos força muscular, amplitude de movimento e postura. Também ensinamos exercícios respiratórios e alongamentos suaves. Já na fase pós-operatória, o foco é aliviar dores, reduzir edemas, prevenir retrações e restaurar gradualmente a mobilidade. Trabalhamos para que o paciente retome suas atividades diárias, seu lazer e, quando possível, o trabalho, garantindo mais independência e qualidade de vida”.
No período pós-cirúrgico, o linfedema é uma preocupação comum. Para preveni-lo, os fisioterapeutas orientam cuidados básicos com o braço operado, como evitar esforços excessivos, manter a pele hidratada e evitar pequenos traumas. “Também indicamos exercícios suaves e progressivos para favorecer o retorno linfático. Quando o linfedema já está instalado, trabalhamos com recursos específicos, como drenagem linfática manual, bandagens ou malhas compressivas, além de exercícios direcionados para estimular o fluxo da linfa. Outra parte essencial é a educação do paciente: mostramos sinais de alerta, estratégias de autocuidado e maneiras de adaptar atividades do dia a dia”, afirmou Mateus Pauferro, que é professor do curso de Fisioterapia da Estácio.
Além dos aspectos físicos, a Fisioterapia contribui para a melhora da autoestima e da qualidade de vida do paciente no período de recuperação. Mateus afirma que esse é um papel muito importante que também impacta no aspecto emocional e social. “Durante os atendimentos, criamos um espaço de acolhimento, onde o paciente pode expressar suas dúvidas e sentimentos com segurança. Esse vínculo favorece a confiança no tratamento e ajuda a reduzir a ansiedade típica desse período”, frisou.
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