O final de março é marcado pela chegada do outono, período de temperaturas mais baixas e umidade reduzida, em que os casos de doenças respiratórias tendem a aumentar.
Condições como asma, rinite alérgica, bronquite, pneumonia, resfriados, gripes, sinusite e COVID-19 são mais frequentes nesse período, afetando principalmente crianças, idosos e pessoas com doenças crônicas.
A professora do curso Técnico de Enfermagem da Escola Técnica Fundatec, Paola Ravanello, explica que as mudanças bruscas de temperatura e a qualidade do ar impactam diretamente a saúde respiratória. “O ar mais frio e seco resseca as vias aéreas e compromete a defesa natural do organismo.
Além disso, a permanência em ambientes fechados e pouco ventilados favorece a propagação de vírus, como o da gripe e o Vírus Sincicial Respiratório (VSR)”, afirma.
Os grupos mais vulneráveis às doenças respiratórias incluem crianças, que possuem um sistema imunológico em desenvolvimento; idosos, devido à imunidade reduzida e menor capacidade pulmonar; e pessoas com doenças crônicas, como asma, diabetes e doenças cardiovasculares, que apresentam maior risco de complicações.
Além deles, gestantes e imunocomprometidos, como pacientes oncológicos e transplantados, também demandam atenção especial.
Para reduzir o risco de infecções respiratórias, algumas medidas de prevenção podem ser adotadas. A higienização frequente das mãos com água e sabão ou álcool em gel é fundamental para evitar a disseminação de vírus.
Manter ambientes ventilados, mesmo em dias frios, contribui para a circulação do ar e reduz a concentração de agentes infecciosos. A hidratação adequada auxilia na manutenção da umidade das vias respiratórias, enquanto evitar aglomerações, principalmente para pessoas do grupo de risco, diminui a exposição a patógenos.
A vacinação também desempenha um papel essencial na prevenção. A imunização contra gripe e COVID-19 deve ser atualizada antes da chegada do inverno, já que o organismo leva algumas semanas para desenvolver anticorpos.
“A campanha anual de vacinação contra a gripe, promovida pelo SUS, geralmente tem início entre março e abril, justamente para antecipar a proteção antes do pico de circulação do vírus”, explica Paola. Além dessas, a vacina contra o VSR está disponível para grupos específicos em alguns países.
Os sintomas mais comuns das doenças respiratórias sazonais incluem congestão nasal, tosse, dor de garganta, febre, fadiga e dificuldade para respirar. Em casos mais graves, como febre persistente acima de 39°C, chiado intenso no peito, cianose (coloração azulada dos lábios e extremidades) e confusão mental, a busca por atendimento médico deve ser imediata.
Medidas complementares, como o uso moderado de umidificadores para evitar o ressecamento do ar e a adoção de roupas adequadas para proteger-se das mudanças bruscas de temperatura, também contribuem para o bem-estar respiratório durante o outono.
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