Conhecida pela rampa de voo livre, região tem atrações para quem quer fugir do movimento da praia.

Localizado às margens da BR-101 e do início da freeway, o Morro da Borússia, em Osório, é conhecido por muitos que circulam pelas estradas ao longo do verão no Litoral Norte.

Mas há quem desconheça as belezas e as opções de turismo que a região oferece. Difundido como opção de lazer radical de quem aprecia os voos livres, o local também oferece muitos atrativos para contemplação da natureza.

O passeio mais realizado é chegar ao acesso à rampa de salto para voo livre.

A estrutura fica no topo do morro, com entrada gratuita para contemplação.

A rampa é feita de madeira, como um grande tablado, que os praticantes do esporte utilizam para fazer o salto.

Quem tiver coragem também pode ir até a ponta da estrutura e conseguir ver as rodovias – com carros e caminhões passando tão pequenos que parecem de brinquedo.

Olhando para o horizonte, é possível observar as diversas lagoas da região e até as silhuetas dos prédios mais altos de Tramandaí. Mais longe ainda, os de Capão da Canoa.

O casal Paulo Diogo Vencato Filgueira, 45 anos, e Denise Maria Olszewski, 48, reside em Venâncio Aires, no Vale do Rio Pardo, mas com frequência passa pelo morro quando segue em direção a Arroio do Sal, no Litoral Norte.

Apesar disso, até então, os dois nunca tinham visitado a região e a rampa.

— Não tínhamos ideia da imensidão que dá para ver aqui de cima. Nós sabíamos que o local existia, mas nunca resolvíamos subir para ver como era. Desta vez, voltando das férias, vimos a placa e decidimos vir. Vale muito a pena, vamos voltar outras vezes — avaliou Paulo Diogo.

Para quem não deseja ir até o cume, uma alternativa é parar no mirante do Morro da Borússia, que fica na Estrada Professor Romildo Bolzan, a cerca de um quilômetro do trevo com a Estrada Geral da Borússia.

O local passou por revitalização e possibilita que o público tenha visão do Litoral Norte de diferentes ângulos. Proteções instaladas próximo ao desfiladeiro permitem que os visitantes se aproximem da borda para realizar selfies e fotos em família. Assim como na rampa de voo livre, o acesso ao público é gratuito.

A vista que o mirante propicia, aliada ao contato com a natureza, emociona tanto o público que nunca tinha estado no local quanto aqueles que o reencontram. É o caso do aposentado Orides Trisch, 74, morador de São Leopoldo, que foi com a família observar a paisagem pelo mirante.

— Está muito lindo, é um espetáculo. Quando nós vínhamos aqui antigamente era muito mais difícil, pois não tinha asfalto, era tudo chão batido. Agora, está muito melhor.

Banho de cachoeira

Para aqueles que querem um contato ainda mais próximo com a natureza e também fugir da multidão na beira da praia, uma alternativa é conhecer o Sítio Cascata da Borússia. No local, os visitantes podem aproveitar o banho de cachoeira.

Na propriedade, há duas quedas, ambas com profundidade de até 6 metros: a cascata da Santinha e a Cascata da Borússia.

A primeira é mais perigosa e há orientações para que o público não entre na água.

Já a outra cachoeira é maior, com pontos mais rasos e conta com serviço de guarda-vidas durante a Operação Verão. Além disso, para garantir a segurança dos visitantes, um cordão é colocado na água para demarcar o perímetro seguro.

Residindo em Imbé, também no Litoral Norte, a família da cuidadora Cristiane Bussmann Nowaczyk, 53, tem feito da cachoeira seu local para descanso e refresco no período do verão. Segundo eles, o local é pouco frequentado durante a semana e garante mais sossego para todos.

— O ambiente é totalmente diferente da cidade. Aqui tem ar puro, a água não é muito gelada. Para quem gosta de natureza, ficar em contato com a mata e com essa água é bem legal. Vamos vir novamente — ressaltou Cristiane.

— Aqui é para ficar com a família, dá para trazer lanche e tem espaço para fazer churrasco. Você consegue ficar o dia todo e não paga caro — complementou Arthur Lemos dos Passos Quarti, 18, genro da cuidadora.

Para o acesso ao sítio é cobrado por pessoa no valor de R$ 20 – menores de 10 anos não pagam. Ao ingressar no espaço, os visitantes encontram estacionamento gratuito. A propriedade pertence à família de Marli Teresinha da Silva Bertoli, 70, há três gerações, mas somente na década de 1990 passou a ser um local de turismo.

Segundo ela, toda a construção do sítio foi ocorrendo aos poucos e de acordo com a demanda dos clientes. Atualmente, a estrutura conta com lancheria e banheiros, área com churrasqueiras, pracinha infantil e espaços para estacionamento dos veículos. A proprietária afirma, no entanto, que o principal objetivo é conservar o espaço.

— Não temos planos de trazer inovações para o sítio. Queremos preservar o que temos, essa natureza e viver bem. É um local família e o pessoal respeita. Colocamos regras como não ter música e horário limite de funcionamento, que é até as 18h. Os animais de estimação também são bem-vindos, mas precisam estar presos, para não atacar os do sítio e os nativos — explicou Marli.

Na propriedade, é possível encontrar animais como lagartos e aves nativas. É aconselhável o uso de repelente contra insetos.

Referência gastronômica

Ainda na Estrada Geral da Borússia, os visitantes do Morro encontram o restaurante Dodô, que é referência gastronômica na região. O estabelecimento deu seus primeiros passos na década de 1980, quando a família Dias Silveira montou uma venda que comercializava itens como cachaça, grãos, farinhas e querosene. Com o tempo, o comércio e a região foram se desenvolvendo e há cerca de 20 anos surgiu o restaurante Dodô.

O nome do estabelecimento remete ao apelido do proprietário da casa. Claudiomir Dias Silveira, 55, trabalha no negócio da família desde os 10 anos e, após criar o restaurante, não parou mais de investir no espaço, sem deixar de lado a preservação das raízes.

Logo na entrada, o público encontra uma série de referências a brincadeiras e jogos antigos como espaço para jogar bola de gude ou mesmo andar de perna de pau.

Dentro do estabelecimento, a decoração é composta por objetos antigos e fotos da família.

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