Construção de hospital, Dmae como regulador e união de Porto Alegre: os desafios de Melo após a reeleição

Melo falou sobre a pretensão de construir um novo hospital em Porto Alegre. | Foto: Fabiano do Amaral

Após obter mais de 406 mil votos em Porto Alegre, o equivalente a mais de 61% dos votos válidos, o prefeito reeleito Sebastião Melo projeta desafios da sua gestão nos próximos quatro anos.

Em entrevista à Rádio Guaíba na manhã desta segunda-feira, ele falou da intenção de construir um novo hospital, transformar o Departamento Municipal de Água e Esgoto (Dmae) em um órgão regulatório e unir a cidade.

“A partir de hoje, há várias agendas. O desafio é fazer um governo melhor, e criar um retempero. Vou trazer gente da sociedade para dentro. O dever de quem ganha eleição é unir a cidade. Vou respeitar as pautas de outros partidos e dialogar”, disse Melo.

Segundo Sebastião Melo, a ideia de construir um novo hospital em Porto Alegre já foi autorizada pela Câmara de Vereadores. “São R$ 300 milhões envolvidos. Pretendemos fazer uma parceria com a iniciativa privada, que terá a gestão do complexo. Agora, quero fazer um hospital sim e será perto da sede da Empresa Pública de Transporte e Circulação (EPTC)”, avisou.

Ao falar do Dmae, Melo trata o departamento como um desafio e reiterou que a sua intenção não é privatizá-lo, mas sim fazer com que atue como um órgão regulador.

“Não vou privatizar o Dmae, mas vou ‘parceirizar’, se a Câmara assim entender, porque temos de universalizar o esgoto e a água e o Dmae público não está dando conta disso. O dinheiro que vem do Dmae será destinado para drenagem urbana. Ele vai ter uma função regulatória, porque quem vai fiscalizar os contratos de uma concessão? Quem vai cuidar da drenagem urbana? A drenagem não tem atratividade do mercado e o Marco Regulatório do Saneamento tem quatro pilares: lixo, drenagem, água e esgoto. A drenagem urbana em Porto Alegre tem um déficit de R$ 4,5 bilhões”, analisou.

 

Campanha e estratégias

Ao analisar a sua campanha, Melo comentou que a estratégia dos adversários foi colocá-lo como único culpado pela enchente em Porto Alegre. “Tivemos várias obras feitas e entregues e quiseram jogar a enchente para cima do ‘Cristo’ aqui. E me atacaram naquilo que sou mais forte, que é a participação popular. Quem vive a cidade sabe que estou em todos os lugares. Eu escolhi um caminho, que não foi o de encontrar culpados. O povo comprou a ideia e, na sua singeleza, entendeu que muitas coisas boas foram entregues”, afirmou.

 

Correio do Povo

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