O ex-policial militar Alexandre Camargo Abe, condenado a 18 anos de prisão pelo assassinato do jovem boxeador Tairone Silva, em 2011, no município de Osório, foi preso após permanecer foragido por mais de trinta dias.
Ele se apresentou voluntariamente no último sábado (7) no Presídio Policial Militar de Porto Alegre, onde segue detido.
A prisão de Abe ocorre após uma fuga que preocupou familiares da vítima e mobilizou as autoridades.
Segundo o advogado da família de Tairone, Carlos Eduardo Fogaça, a apresentação do ex-PM no presídio militar gerou questionamentos por parte da defesa da família e do Ministério Público.
Ambos argumentam que, de acordo com a sentença, a pena deveria ser cumprida em um estabelecimento penal comum, e não em uma unidade militar.
A defesa da família contesta a decisão de aceitar Abe no Presídio Policial Militar, uma vez que não há no processo judicial qualquer determinação que autorize sua permanência no local. Fogaça reforça que, após audiência de custódia, o condenado deveria ter sido encaminhado ao sistema prisional regular, administrado pela Superintendência dos Serviços Penitenciários (Susepe).
Por outro lado, a defesa de Alexandre Abe, representada pelo advogado Rodrigo Grecellé, sustenta que a apresentação no presídio militar foi uma medida necessária para garantir a integridade física de seu cliente.
A defesa alega que, em um presídio comum, o ex-PM correria risco elevado por estar em meio a detentos pertencentes a facções criminosas.
Ele também destacou que há precedentes para esse tipo de acolhimento no Presídio Policial Militar e que o processo de apelação da condenação está em curso no Superior Tribunal de Justiça (STJ).
O crime ocorreu em 2011, quando Tairone Silva, então com 20 anos e uma das promessas do boxe gaúcho, foi assassinado em Osório.
Após anos de tramitação judicial, Alexandre Abe foi sentenciado a 18 anos de prisão pelo homicídio duplamente qualificado.
Lucas Filho