O bullying e a violência escolar podem impactar significativamente a saúde mental de crianças e adolescentes, com efeitos que se manifestam a curto, médio e longo prazo.
Os primeiros sinais incluem insônia, isolamento, dificuldades de relacionamento, tristeza e irritabilidade.
Em casos mais graves, essas situações podem levar ao desenvolvimento de transtornos depressivos, autolesões e, em situações extremas, ao suicídio.
Para conscientizar a sociedade sobre esse problema, o Dia Nacional de Combate ao Bullying e à Violência na Escola, celebrado no dia 07 de abril, reforça a importância de ações preventivas e do engajamento de todos para criar um ambiente escolar mais seguro e respeitoso.
A data visa alertar sobre as consequências do bullying e estimular práticas que promovam a cultura da paz nas instituições de ensino.
Dados recentes evidenciam a gravidade do problema no Brasil.
Entre janeiro e setembro de 2023, o Disque 100 registrou 9.530 denúncias de violência nas escolas, um aumento de cerca de 50% em relação ao mesmo período de 2022.
Além disso, o Anuário Brasileiro de Segurança Pública 2023 revelou que 37,6% dos diretores de escolas relataram ocorrências de bullying em suas instituições.
A docente de Psicologia da Estácio Porto Alegre, Simone Chandler Frichembruder, alerta que o impacto do bullying pode ser profundo e duradouro. “As diferentes formas de violência podem desencadear sintomas depressivos e, sem acompanhamento, levar a quadros mais graves”, explica.
A Lei 13.663/2018 estabelece que as escolas devem promover a cultura da paz e adotar medidas de conscientização, prevenção e combate ao bullying.
Para isso, é essencial criar espaços de reflexão que envolvam educadores, alunos e familiares, promovendo relações baseadas na empatia, solidariedade e respeito às diferenças. Frichembruder ressalta que “as políticas públicas são essenciais nesse processo. Somente com o envolvimento de diferentes setores da sociedade podemos mitigar e combater o bullying”.
Simone destaca ainda que é preciso elaborar estratégias de cuidado tanto individuais e coletivas, observando as peculiaridades e singularidades dos indivíduos, visto que as manifestações são diferenciadas para cada sujeito.
“Deve-se evitar diagnósticos precoces e que estes aconteçam dentro dos parâmetros do Código de Ética Profissional. Diagnosticar esses processos não são pertinentes ao contexto escolar e podem ter efeitos devastadores para a vítima e o próprio agressor”.
Ela destaca que a escola deve buscar integrar-se a rede de proteção do território a que pertence para o acompanhamento dos alunos.
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