Após a enchente, tartarugas deixaram de aparecer nos molhes da praia do Cassino

A rede é uma das formas de monitoramento das tartarugas que apareciam até o início da enchente nos Molhes, no Cassino. | Foto: Paula Moreira/Especial/CP

Poluição e turbidez da água que sai do Lago Guaíba e chega até a Lagoa dos Patos podem estar impedido animais de se alimentarem das microalgas que ficam no local.

Pesquisadores da Universidade Federal do Rio Grande (FURG) perceberam e fizeram o alerta: as tartarugas encontradas nos molhes da barra, na praia do Cassino, desapareceram desde o início da enchente.

Os animais da espécie verde são comuns no local, conforme o monitoramento do Laboratório de Biometria e Conservação do Instituto de Matemática, Estatística e Física da FURG.

“Trabalhamos com avistagem, estimamos o número de animais e registramos com a pesca e monitoramento especial (quando colocamos rede na água) para conhecer as tartarugas marinhas, onde estão ocorrendo e o nível de saúde delas”, explica o professor Gustavo Martinez Souza.

O trabalho é feito desde 2016. Por ano são encontrados nos Molhes da Barra entre 100 e 200 animais. “Nós analisamos, marcamos e devolvemos ao Meio Ambiente para darem continuidade do ciclo e avaliarmos o nível de saúde nas diferentes áreas que elas podem aparecer”, relata.

Souza destaca que a abundância de tartaruga nos Molhes varia ao longo do ano e em grandes eventos climático estes animais aproveitam para ir em novas áreas. “Em julho do ano passado, após as chuvas, registramos nove animais. Depois do evento climático também houve diminuição no número das tartarugas e uma delas apareceu morta e encalhada, após um mês no litoral do Paraná”, afirma.

Além do Cassino, o monitoramento ocorre no sul do Santa Catarina e no Rio de Janeiro (na Baia de Guanabara). O professor conta que as tartarugas desapareceram desde o dia 28 de abril, quando começou as enchentes. A número 105 do ano foi encontrada nesta data.

“Neste tempo eram para terem sido registrados o encontro de 30 a 50 espécies nos Molhes. A hipótese mais provável é que a poluição, a turbidez da água e a matéria orgânica que vem do Guaíba sejam as causas do afastamento deles daquele local”, observa. Ele também explica que outro problema para elas é que a vazão de água para o Oceano está muito forte. “O importante é que elas vão e retornam. A grande pergunta é porque elas não retornam se a temperatura do mar está apta para a vinda das tartarugas”, questiona.

A verde é preferencialmente herbívora. Ela se aproxima do Molhes para se alimentar das macroalgas que se fixam na construção centenária. “O grande problema é que a alta turbidez dificulta a fotossíntese das macroalgas. Com o vento desfavorável acaba aumentando o nível da Lagoa, o que faz com que não consigamos analisar, pela dificuldade de realizar mergulho”, justifica.

Mesmo com a forte vazante, o ambiente é considerado apto pelo pesquisador para as tartarugas “Vamos seguir monitoramento, acompanhamento das comunidades dos pescadores artesanais para registrar a volta dos animais”, garante.

Para Souza, o meio ambiente é a conexão entre economia, ecologia e sociedade esta alteração ambiental impactou a comunidade do Estado e também impacta na ecologia e nos organismos que ocorrem nos Molhes. “Por ser uma espécie bandeira, a tartaruga verde trás luz para o impacto ambiental em todo o estuário da Lagoa dos Patos. As tartarugas retornando irão nos indicar que a biodiversidade está reestruturada, pois ela precisa do desenvolvimento no fundo marinho”, opina.

Além de Santa Catarina, há o registro de tartarugas monitoradas encalhadas no Espirito Santo, Rio de Janeiro e Paraná. Nesta semana, o grupo está indo para o Estado vizinho realizar o monitoramento das tartarugas. “Talvez possamos encontrar por lá alguma das tarugas gaúchas. A expedição sai hoje (segunda-feira) e fica até sábado. A hipótese é que elas podem ter aproveitado as últimas águas antes de ir para as oceânicas”, comenta.

 

Correio do Povo

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