Na última quarta-feira (14), uma audiência pública realizada em Imbé trouxe à tona a preocupação de entidades como a Câmara de Dirigentes Lojistas (CDL) de Tramandaí e Imbé, e a Associação Comercial de Osório (ACIO), em relação ao projeto de criação de uma Estação de Tratamento de Esgoto (ETE) para os municípios de Capão da Canoa e Xangri-lá.
O receio das entidades está centrado na possibilidade de contaminação da bacia do Rio Tramandaí, que interliga lagoas essenciais para os três municípios.
O diretor jurídico da ACIO, Tiago Antolini, e o diretor do CDL, Marcelo Marques, expressaram suas preocupações em entrevista à Jovem Pan. Ambos destacaram a ausência de estudos aprofundados sobre os impactos ambientais que o despejo de efluentes podem causar na lagoa. “Hoje tem um paliativo para duas cidades, com consequências para o resto da região, e sem um estudo destas consequências”, afirmou Tiago Antolini.
As entidades não se opõem ao desenvolvimento e reconhecem a importância da estação de tratamento de esgoto para a melhoria do saneamento básico na região. No entanto, insistem que medidas devem ser tomadas para garantir que não haja prejuízo ambiental à bacia do Rio Tramandaí, apontada como um grande potencial turístico. “A empresa diz que essa é a maneira mais célere de resolver o problema de saneamento, mas não significa que seja a correta”. Destacou Marcelo Marques.
Além de exigir um estudo mais aprofundado, as entidades pedem uma análise técnica de viabilidade de alternativas, como a implantação de um emissário marítimo, para despejar os efluentes em alto mar.
Conforme os representantes das entidades, técnicos presentes na audiência pública argumentaram que o mar tem uma maior capacidade de diluição em comparação com a lagoa, o que seria uma solução menos impactante para o meio ambiente.
Os representantes das entidades também relataram que tentaram alinhar ideias com os municípios de Capão da Canoa e Xangri-lá, porém, segundo Tiago e Marcelo, as gestões municipais estão tratando o tema de forma isolada, sem considerar as possíveis consequências para a região como um todo.
Lucas Filho
