Iniciativa vai diminuir o tempo-resposta para atendimentos em locais remotos e ainda auxiliar no transporte de pacientes e órgãos para transplante.
O transporte aeromédico inédito de um paciente de Capão da Canoa para Caxias, na quinta-feira (25/01), marcou o início dos trabalhos para a implantação desse modelo de atendimento pelo Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (SAMU) de Caxias do Sul.
O projeto é promovido pela Prefeitura por meio da Secretaria Municipal da Saúde (SMS) e capitaneado pela equipe local do SAMU, em parceria com as forças de segurança. A viagem ocorrida de helicóptero na quinta-feira contou com apoio logístico do 3º Esquadrão do Batalhão de Aviação da Brigada Militar em Caxias do Sul e da equipe da Operação Verão, que prestaram auxílio no litoral.
O transporte realizado na quinta-feira proporcionou que o paciente, morador de Caxias do Sul e que estava internado em Capão, fizesse a viagem do litoral à Serra em 30 minutos, tempo que poderia ser de cerca de três horas se realizado de ambulância. Ele tem doença renal e estava no litoral, onde necessitou de atendimento médico de urgência e agora retornou a Caxias para prosseguir o tratamento, no Hospital Pompéia.
A diretora-geral do SAMU de Caxias do Sul, Carolina Cunha Lima, explica que o transporte foi possível porque o paciente estava com a condição clínica estabilizada. Ele teve alta da UTI no litoral mas ainda necessita de cuidados médicos.
A viagem ocorreu em um helicóptero cedido pela Polícia Rodoviária Federal (PRF) de outro Estado, tripulada por piloto, copiloto e operador de voo da PRF de Porto Alegre, além da equipe de saúde formada por Carolina, que é médica emergencista reguladora e intervencionista do SAMU, e do enfermeiro Claudio Bernardi Neto, coordenador do Núcleo de Educação em Urgências (NEU) do SAMU.
A aeronave foi carregada com equipamentos disponíveis em ambulância de suporte avançado de vida do SAMU, como ultrassom portátil, via aérea avançada (que possibiliza entubar o paciente), medicações utilizadas em urgência e emergência e outros.
A operação ocorreu na tarde de quinta-feira. A aeronave saiu de Caxias do Sul já tripulada pelo SAMU. O paciente foi levado de ambulância até o Aeroporto da Brigada Militar, em Capão da Canoa, de onde decolou até a base aérea do 3º Esquadrão do Batalhão de Aviação da Brigada Militar em Caxias. Lá, uma ambulância do SAMU já aguardava o paciente para completar o transporte até o Pompéia, que por via terrestre levou sete minutos.
Além do transporte intermunicipal de pacientes, Carolina explica que o projeto vai proporcionar que o socorro chegue mais rápido a locais de difícil acesso ou distantes, o que aumenta a chance de sobrevida e diminui as sequelas a longo prazo: “Esse serviço vai salvar vidas e ofertar à população atendimento médico de alta qualidade, com a mesma que equipe que tripula as UTIs móveis.
Faz com que o socorro chegue mais rápido ao local onde há algum acometimento grave, como infarto, AVC, acidentes de trânsito, quedas de altura, principalmente aqui na Serra, que é bem marcada por locais de difícil acesso, e também mesmo nas grandes rodovias da nossa região. Um trabalho que será possível com esforço conjunto e por isso agradeço às forças de segurança que têm sido sempre parceiras das nossas ações”.
“O SAMU está debruçado nesse projeto e totalmente dedicado para fazer com que aconteça com a maior brevidade possível, com equipe qualificada e preparada para colocar em prática. Será um grande diferencial para proporcionar ainda mais agilidade aos atendimentos de urgência, certamente um salto de qualidade e que dará ainda mais segurança a quem precisar de atendimento de urgência emergência em Caxias e na região”, completa a secretária municipal da Saúde, Daniele Meneguzzi.
No decorrer do ano passado, quatro médicos e quatro enfermeiros do SAMU foram capacitados nos principais serviços aeromédicos de São Paulo, como o Águia, na capital paulista, para realizar essa modalidade de transporte. O projeto também deve beneficiar o transporte de órgãos, diminuindo o tempo-resposta entre a coleta e o destino final onde ocorrerá o transplante.
Quando for implantado o serviço aeromédico, em parceria e integração com as forças de segurança, os transportes serão regulados pela Central de Regulação de Urgências (CRU) Regional do SAMU de Caxias do Sul, em parceria com as centrais Estadual e de Porto Alegre, que poderão definir a destinação da aeronave conforme critérios clínicos e logísticos. O SAMU de Caxias estuda a aquisição de aeronave própria, com recursos estaduais e federais para operacionalizar o serviço aeromédico do SAMU de maneira exclusiva, ainda sem previsão.
leouve.com.br