Em entrevista concedida à Jovem Pan, o presidente da Associação Beneficente São Vicente de Paulo, Marco Pereira, detalhou os novos caminhos que estão sendo traçados para o Hospital de Osório.
A principal mudança ocorre a partir de proposta apresentada em audiência na última quinta-feira (24), que prevê o arrendamento da instituição ao Instituto Ideas e ao Grupo Life Plus.
O acordo prevê a realização de um levantamento completo do passivo do hospital, com a finalidade de consolidar os débitos existentes.
A partir disso, serão firmados acordos com os credores, chegando a um valor mensal que será repassado aos arrendatários como forma de quitação.
Em relação aos funcionários atuais do hospital, Marco foi direto: Todos serão desligados de seus cargos.
A decisão sobre recontratações ficará a critério exclusivo da nova gestão.
Haverá um período de 90 dias durante o qual os arrendatários estudarão o funcionamento da instituição e tomarão decisões estratégicas.
Um dos pontos mais relevantes destacados por Marco é que o patrimônio do hospital continuará pertencendo à associação – e, portanto, à comunidade. Isso põe fim, na prática, à proposta de desapropriação que vinha sendo cogitada.
Além disso, o juiz Emerson Mota determinou que tanto o governo do estado quanto o poder municipal atuem como avalistas do acordo. Essa exigência visa proteger o hospital caso os arrendatários desistam da gestão antes do prazo de 20 anos estabelecido.
Apesar do otimismo com o novo modelo, Marco Pereira demonstrou preocupação com os números.
Ele estima que o valor do arrendamento será em torno de R$ 300 mil mensais, o que se soma ao déficit operacional do hospital, atualmente em cerca de R$ 1,3 milhão por mês — valor que, segundo ele, só foi oficialmente reconhecido pela equipe de intervenção recentemente, mas que já havia sido alertado por ele ainda em outubro de 2022.
Por fim, o presidente reforçou que, por se tratar de um hospital filantrópico, o atendimento pelo SUS está garantido para a população.