Moradores e Veranistas promovem ato contra a Demolição do Bar Azul em Cidreira


Grupo se reúne neste sábado para abraço simbólico no prédio localizado à beira-mar

4859526_1f569c65431ca36 Moradores e Veranistas promovem ato contra a Demolição do Bar Azul em Cidreira

Ponto de encontro tradicional de moradores e veranistas, local também recebe torneios de futebol de areia.

Patrícia Americano / Arquivo Pessoal/Divulgação

Um dos pontos tradicionais de Cidreira, no Litoral Norte, o Bar Azul está com os dias contados. Isso porque o Ministério Público Federal (MPF/RS) obteve decisão da Justiça Federal para a colocar abaixo o prédio localizado na Rua Osvaldo Aranha, no Centro.

Insatisfeitos com a determinação da Justiça, moradores e veranistas vão realizar neste sábado (11), às 10h, um ato contra a demolição. O grupo vai promover um abraço simbólico na estrutura.

Um dos organizadores da manifestação, o corretor de seguros Mauro Doebber, 64, frequenta o bar há décadas. Ele diz que o local é ponto de encontro para disputa de torneios de futebol de areia.

— É um ponto turístico. Tem restaurante e a comida é muito boa. Todos os dias está lotado. Todo mundo que vem para cá sabe onde é o Bar Azul — garante.

Na ação civil pública ajuizada contra o município, a proprietária e ex-locatário, o MPF alega que a estrutura ocupa uma área de preservação permanente, sobre dunas frontais, sem licenciamento ambiental. Os réus recorreram da decisão, mas o Supremo Tribunal Federal (STF) deferiu, em última instância, o pedido do MPF. Em 7 de novembro, o MPF peticionou solicitando a fase de cumprimento de sentença.

Quando os réus forem intimados, começa a contar o prazo de 90 dias para apresentar projeto de demolição e descarte adequado dos escombros em local licenciado pela Fundação Estadual de Proteção Ambiental (Fepam). Proprietária do prédio, a economista Rozângela Pereira Alves, 70 anos, explica que a compra do edifício era um desejo do marido Antenor Vestena, que faleceu há 17 anos.

O imóvel adquirido pelo casal em 1998 conta com três apartamentos — dois no primeiro andar e outro no segundo — e o espaço do Bar, que está alugado para um casal. Durante o veraneio, ela costuma alugar as duas residências do térreo. A outra unidade é onde Rozângela reside durante o verão. Um quiosque também foi construído na propriedade em 2022. Conforme Rozângela, isso teria motivado a ação do MPF.

— Vamos fazer um abraço no bar. Estou me sentindo discriminada, porque se a lei é para um, tem que ser para todos. Tem gente aqui do Centro de Cidreira que está dentro do mar muito mais do que eu — avalia, acrescentando que o imóvel está regularizado.

Desde que comprou o prédio, que tem 334 metros quadrados, Rozângela enfrentou outras batalhas judiciais pela demolição da estrutura, mas sempre teve ganho de causa na Justiça. Ela afirma que o estabelecimento tem permissão de uso da Marinha.

— A demolição representa o fim da história de uma cidade, de uma família e de diversas pessoas envolvidas nisso. Seria uma agressão numa história de uma cidade pequena, uma praia simples. Vai ser um choque para toda a população — avalia.

“Bar está instalado há anos naquele local”
O advogado Décio Itiberê, que atuou na defesa do município no processo, critica a decisão do STF. E diz que é contra a demolição:

— Se trata de uma burocracia, pois não prejudica nada, não prejudica o meio ambiente. O bar está instalado há anos naquele local. É uma referência e todo mundo sabe onde fica o Bar Azul. Lutamos judicialmente em todas as instâncias, mas não tem mais o que fazer. As medidas judiciais estão esgotadas — admite.

Conforme Itibirê, o município, a proprietária e um ex-locatário não foram intimados pela Justiça para iniciar o processo de demolição.

— Após intimação, o atual proprietário vai apresentar um plano de demolição com previsão de destino dos resíduos e encerrar definitivamente essa pendenga — completa.

Atual locatário do Bar Azul, Marcos Batista da Silva, 48, mantém o local em funcionamento há seis temporadas. A decisão da Justiça deixou a família apreensiva.

— É meu ganha pão. Tenho uma filha na faculdade, por isso fiquei desnorteado com essa decisão. Fiz até exame do coração, mas o médico afirmou que é em decorrência de estresse e preocupação. Ficamos sem rumo, estávamos com planos, mas foi tudo por água abaixo. Sempre paguei certinho para a proprietária — afirma.

Silva mantém o negócio com a esposa Patrícia Americano, 46 anos. Ele explica que o bar já tem uma clientela fiel.

— O pessoal que vem aqui está indignado, pois é um ponto de referência de Cidreira —, destaca.

Se trata de uma burocracia, pois não prejudica nada, não prejudica o meio ambiente. O bar está instalado há anos naquele local. É uma referência e todo mundo sabe onde fica o Bar Azul. Lutamos judicialmente em todas as instâncias, mas não tem mais o que fazer. As medidas judiciais estão esgotadas.

DÉCIO ITIBERÊ

Advogado que atuou na defesa do município no processo

 

gauchazh.clicrbs.com.br

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