Águas do Guaíba alcançam piso do Cais Mauá pela forte ondulação e o vento Oeste mesmo sem atingir cota de inundação.
O Guaíba começou a extravasar no Cais Central da Avenida Mauá, no Centro Histórico, o começo da tarde desta segunda-feira, como consequência da grande ondulação causada pelo vento muito forte de Oeste associado ao ingresso de uma intensa massa de ar polar no Rio Grande do Sul.
Fundamental enfatizar que a cota de inundação no local de 3,00 metros não foi atingida e que no começo da tarde desta segunda a régua do Cais Central da Avenida Mauá estava marcando 2,71 metros.
São as ondas causadas pelo vento acima de 50 km/h com rajadas mais fortes, que ao encontrarem a barreira do piso do cais, que fazem as águas alcançarem o piso do cais do porto na Avenida Mauá.
Situação semelhante ocorreu na enchente de outubro de 2015, quando a régua do Cais Mauá marcava entre 2,95 e 2,97, abaixo da cota de inundação, mas a água tomou conta do piso do cais por conta da forte ondulação associada ao vento.
🔴 AGORA | Guaíba extravasa no Cais Mauá. Assim como na enchente de outubro de 2015, água alcança o piso do cais pela forte ondulação decorrente do vento, mesmo SEM atingir a cota de inundação de 3,00 m. Nível atual no Cais Central é 2,71 m. 📷 @fernao_berthold pic.twitter.com/7IVXVRhipa
— MetSul.com (@metsul) June 23, 2025
É certo que o Guaíba deve estar extravasando com as ondas também na margem junto aos bairros Navegantes e Vila Farrapos.
Em momentos de cheia, como ocorre agora, pela inclinação da lâmina de água do Guaíba, há uma maior elevação na margem Norte, junto aos bairros Vila Farrapos e Navegantes.
Como consequência, a cota de inundação é atingida primeiro nestas áreas, na região mais interna do delta e onde há o desague de águas de rios contribuintes.
Logo, pontos de medição como Gasômetro e Cais Central podem não estar perto da cota de inundação no Centro Histórico, mas mais ao Norte, no Navegantes, a água já pode estar extravasando.
Se depender de vazão de rios, ou seja, o volume de águas que está chegando no Guaíba de vários rios (Jacuí, Taquari, Caí, Sinos e Gravataí), o nível não deve subir muito mais que o observado agora.
O ponto crítico é justamente o vento muito forte no Norte da Lagoa dos Patos com rajadas de 60 km/h a 70 km/h pelo ingresso de uma massa de ar polar, o que pode represar o escoamento das águas e deve manter o Guaíba elevado nas próximas horas e com chance de alta.
O vento deixa as águas do Guaíba muito agitadas e com ondas, de forma que não se recomenda a navegação por risco de naufrágio, inclusive para embarcações que estejam participando de resgates nas ilhas.
O vento forte com ondas pode provocar alagamentos na orla de Ipanema com o avanço das águas ainda em áreas perto do Guaíba em bairros do extremo Sul da cidade.
Além disso, a situação tende a se deteriorar nas ilhas.
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