Gansos são usados para evitar fugas em penitenciária de Santa Catarina

Os gansos são um complemento às câmeras e às torres de vigilância. (Foto: Jaqueline Noceti/ SAP)

O Complexo Penitenciário do Estado (Cope) localizado em São Pedro de Alcântara, na Grande Florianópolis, em Santa Catarina, conta com uma ajuda animal no monitoramento da estrutura 24 horas por dia.

Ao redor da unidade de segurança máxima há um bando de gansos que alerta a equipe de vigilância se algum detento tenta escapar.

A iniciativa ocorre pelo menos desde 2009, quando os animais de comportamento sentinela provaram ser mais eficientes do que os cães que habitavam o complexo.

Na área destinada para a circulação dos gansos há ainda um açude para desfrutarem.

Os animais também recebem atendimento e alimentação apropriada na unidade, que tem 1,3 mil detentos.

O número de animais que estão abrigados na unidade não foi divulgado.

Responsável pela estrutura, a Secretaria de Administração Prisional e Socioeducativa (SAP), destacou que a os animais são usados como complemento à segurança do estabelecimento prisional.

A pasta também afirmou que conta com um avançado sistema de vigilância eletrônica operando também 24 horas por dia.

O diretor da unidade prisional, Marcos Souza, contou que as aves são muito bem cuidadas, recebendo alimentos duas vezes ao dia e desfrutando de uma área de mais de 800 metros com abrigos apropriados. Há locais para serem utilizados como ninhos, além de um açude com água corrente.

 

Comportamento sentinela

Guilherme Renzo Rocha Brito, professor do departamento de zoologia da Universidade Federal de Santa Catarina, explica que a opção pelos gansos é em função do animal ter como comportamento emitir sons ao menor sinal de perturbação.

“O comportamento sentinela é emitir gritos e grasnados ao menor sinal de movimentação não usual. É um animal que tem um comportamento de dar um grito de alarme ao menor sinal de perturbação, presença de gente e/ou outros animais na região onde vivem”, detalhou.

O especialista em aves também destaca que os animais vivem cerca de 15 anos, se criados em cativeiro. Ressalta que apesar do contato com humanos, eles seguem o instinto de preservação.

“Essas variedades são domesticadas há milhares de anos, se dão bem com humanos e podem ficar sociáveis, mas tendem a defender territórios e pessoas conhecidas de estranhos. São conhecidos por avançar, bicar e dar asadas em invasores e desconhecidos. São fortes, mas não causam machucados muito graves, mas podem desestimular invasores”, reiterou.

Em comparação com os cães, os gansos também dormem menos, andam em bando e ficam doentes com menos frequência. Uma prova deste último ponto é que, desde 2009, quando o uso das aves na penitenciária começou, nenhuma ficou doente ou morreu até agora.

osul.com.br

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