Na fria noite desta sexta-feira (9), o Espaço Cultural Conceição em Osório foi palco de um encontro promovido pela Ação da Mulher Trabalhista (AMT), abordando o Agosto Lilás, mês dedicado à conscientização pelo fim da violência contra a mulher.
O evento reuniu diversas mulheres da comunidade para uma roda de conversa, destacando a importância da luta contínua contra a violência de gênero.
A Jovem Pan conversou com Mailor Cristina Kingeski, presidente da AMT em Osório, e com Luciane Goularte, que participaram ativamente da organização do evento.
Luciane destacou a necessidade urgente de políticas públicas que não apenas apoiem as mulheres vítimas de violência, mas que também incentivem essas mulheres a denunciar seus agressores. “Precisamos reforçar a rede, conversar sobre um centro regional da mulher, uma casa abrigo, para apoio, acolhimento, porque cada vez mais isso vem crescendo, infelizmente,” afirmou.
Mailor e Luciane relembraram Nara Denise, ex-colega das participantes, que foi vítima de feminicídio no início deste ano.
A memória de Nara serviu como um lembrete doloroso da importância das mulheres buscarem ajuda.
Mailor Cristina Kingeski enfatizou que a violência contra a mulher não se restringe à agressão física, mas abrange também a violência psicológica, sexual, moral e patrimonial. “As mulheres às vezes não sabem da força que tem, ela pode pelear um pouco no início, mas ela tem que saber que pode muito,” declarou.
Um dos momentos mais marcantes da noite foi a apresentação da música “Camila, Camila”, do grupo Nenhum de Nós, que relata a história de abuso sofrido por uma jovem de 17 anos.
Mailor, que também é professora, mencionou que utiliza a canção como ferramenta pedagógica para discutir o tema com seus alunos. “Quantas adolescentes ainda sofrem dessa forma”. alertou, especialmente aos pais que estejam atentos ao início dos relacionamentos de seus filhos, orientando-os sobre os sinais de abuso.
O mês de agosto não marca apenas a campanha do Agosto Lilás, mas também a comemoração dos 18 anos da Lei Maria da Penha, um marco na luta contra a violência doméstica no Brasil.
Lucas Filho